Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

A.D. entrevista o biógrafo Lira Neto

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Nossa imprensa está em crise. Crise de identidade e crise de credibilidade. Mas os nossos jornalistas estão com excelente imagem – fora do jornalismo periódico (fora da corporação ou da indústria), mais precisamente na área da literatura.

Neste exato momento, dois deles, Laurentino Gomes e Lira Neto, converteram-se em formidáveis fenômenos literários. Laurentino como exímio divulgador da história do Brasil e Lira Neto com uma façanha biográfica jamais tentada: a biografia de Getúlio Vargas, em três volumes, sucesso de vendas, sucesso de crítica, referência definitiva sobre o político mais importante da nossa história.

Quatro outros jornalistas profissionais, homens de redação, fizeram história em nossa literatura: Raimundo Magalhães Junior, nos anos 50 e 60 do século passado, foi o primeiro a utilizar-se das técnicas jornalísticas para as suas biografias. Em seguida, na década de 80, veio Fernando Morais com a sua reportagem biográfica “Olga”, seguido por Ruy Castro com os apaixonantes relatos sobre as vidas de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. No segmento da pesquisa historiográfica, na década de 90, veio Elio Gaspari com os impressionantes quatro volumes de pesquisa sobre a ditadura militar, dois deles com a biografia conjunta dos generais Golbery e Geisel.

Lira Neto, como é que um gênero tido como híbrido, que os historiadores consideram literatura e os literatos consideram jornalismo, consegue fazer tamanho sucesso junto ao público?