Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A copa de 2010 terminou no domingo e na segunda-feira, ontem, a mídia já estava mergulhada na pauta de 2014. Faz sentido, está tudo atrasado, da escolha do técnico à definição dos estádios. Mas não é recomendável deixar de lado o balanço dos últimos 30 dias.
Sobrou muita coisa, a sucessão de jogos impediu que algumas discussões fossem conclusivas e transferiu outras para a posteridade. Mas se a imprensa não assumir plenamente sua função revisora, quem o fará? Quando e quem vai discutir o desempenho da imprensa senão ela mesma?
É o que pretendemos fazer nesta edição com os fatos ainda quentes, ainda não borrados pelo tempo. E quem nos empurra para esta revisão é o presidente Lula, um fanático por futebol que dois dias depois da desmoralização perante a Holanda, fingindo que não queria botar o dedo na ferida colocou a mão inteira ao lembrar que a renovação deve começar por cima, pela direção da CBF.
Falou-se muito nas inovações tecnológicas e no incômodo que elas causaram aos árbitros incompetentes mas não se fez uma pergunta capital: qual foi a novidade aportada pela imprensa, em que se distinguiu a cobertura de 2010 da cobertura de 2006 ou 2002?
A bola mudou, trocou de nome, tornou-se jabulani, ficou mais leve e imponderável mas a cobertura continuou quadrada e marcada pela mesmice.