Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Os Presidentes da República, em geral, gostam de ter ao seu lado grandes jornalistas. Jânio Quadros teve Carlos Castello Branco e Evandro Carlos de Andrade, João Goulart teve Raul Ryff, Costa e Silva escolheu Carlos Chagas e Heráclio Salles. O porquê desta preferência não está muito claro mas o que hoje está claro é que não levaram em consideração um dado crucial: o bom jornalista, por natureza, não convive bem com o poder. Ao contrário, o bom jornalista, geralmente, é avesso aos protocolos, agendas e compromissos inerentes às funções palacianas. O Presidente Luís Inácio Lula da Silva escolheu como secretário de imprensa um grande repórter que o acompanhava desde o momento em que iniciou a jornada para chegar ao palácio do planalto. Ricardo Kotscho sempre foi um jornalista de ação, repórter de rua. E talvez por causa do seu passado fuçador, inquieto e inconformado Ricardo Kotscho tenha desistido no meio do primeiro mandato de uma função estratégica, de grande importância política, mas sob o ponto de vista estritamente jornalístico, muito inconfortável. O jornalista busca a verdade, o funcionário público serve-se da verdade e nem sempre os interesses convergem. Quando o presidente decidiu não renovar o visto do correspondente Larry Rother, do New York Times, Ricardo Kotscho, aqui neste observatório, mostrou ao brasil inteiro, de forma transparente, digna e superior a contrariedade de um profissional comprometido com a defesa da liberdade mas rigorosamente fiel aos seus deveres funcionais. Ricardo Kotscho volta a este observatório não apenas para fazer um balanço destes dois anos nos bastidores do poder mas, sobretudo, para relembrar a sua experiência num posto de observação privilegiado sobre o comportamento da imprensa diante do poder. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm