Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. A classificação indicativa para a programação de TV é justa ou é uma tentativa de reviver a censura e cercear a liberdade de criação? Na segunda-feira (25/6), o STF decidiu arquivar a ação direta de inconstitucionalidade proposta pela OAB. A decisão do STF teve o voto da presidente, Ellen Gracie. Você viu esta notícia nos jornais de hoje, terça? Apenas a Folha de S.Paulo publicou uma notinha de 15 linhas. Mas as manifestações contra a portaria do Ministério da Justiça têm sido noticiadas com grande destaque. Já tratamos do assunto e voltaremos a ele. O caso Renan Calheiros domina o noticiário há quatro semanas. Foi iniciado com uma matéria de capa da revista Veja, onde o presidente do Senado era acusado de pagar a pensão a uma ex-namorada com recursos de uma empreiteira. Veja não apresentou provas. Dias depois, o Jornal Nacional da TV Globo comprovou que eram forjados os recibos e notas fiscais que o senador Renan havia apresentado para provar sua renda. A acusação foi acompanhada de farta documentação. O senador Renan e seus aliados talvez consigam engavetar ou minimizar o episódio, mas a sociedade não vai esquecer estes dois paradigmas de jornalismo – e, através deles, o papel da imprensa numa sociedade democrática. Sem Veja, o episódio seria ignorado como tantos outros. Mas, sem a investigação do Jornal Nacional, a defesa do senador acabaria superando as denúncias de Veja, mantidas por uma ex-namorada do senador, porém sem provas. São dois modelos antagônicos de jornalismo, cujo exercício só é possível quando a imprensa é livre. Livre e responsável. Assista ao compacto desse programa em:
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