A primeira vítima de qualquer guerra é a verdade, conforme nos mostrou Phipil Knightsley em seu muito bem documentado livro.
Na Guerra do Golfo, as Forças Armadas Americanas deixaram claro que nunca mais cinegrafistas e jornalistas teriam acesso livre e direto à informação como no Vietnã. Somente a CNN, comandada por Peter Arnett, conseguiu dar uma visão independente da Guerra porque já estava em Bagdá e teve o senso profissional de não fugir.
Chegamos a curiosos e perigosos paradoxos. Os Estados Unidos, protagonistas de quase todas as guerras neste final de milênio, continuam a defender ardorosamente a liberdade de imprensa. Mas, em nome do interesse de sua segurança nacional, procuram estabelecer o controle mais formal e rigoroso possível sobre imagens e informações relativas a essas guerras.
Por sua vez, o rápido avanço da tecnologia de informação permite que tenhamos imagens instantâneas de qualquer ponto do mundo.
Mas – na prática – a CNN tem o monopólio das imagens produzidas pela CNN.
Controle governamental e monopólio da informação – duas expressões temidas por qualquer sociedade democrática – estão diante de nossos olhos todos os dias quando procuramos saber o que realmente ocorre nesta Guerra dos Balcãs.
Há 183 anos, um repórter numa colina em Waterloo testemunhou o desbaratamento das tropas de Napoleão pela cavalaria prussiana de Blucher. Escreveu à mão sua reportagem numa prancheta, amarrou o papel na patinha de um pombo-correio e, poucas horas depois, Londres tinha uma versão independente e confiável sobre aquela batalha decisiva para a Europa.
A velocidade da informação hoje é infinitamente maior do que a do pombo. Mas, quando se trata de guerra, a credibilidade é cada vez menor.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm