Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Hugo Chávez tornou-se em apenas 14 anos um dos mais conhecidos líderes da cena internacional. Não era político, era militar e, como todos, só queria a confrontação. quanto mais confrontado mais se impunha.
Os adversários, principalmente na mídia, só o ajudaram, sobretudo a partir de 2002, quando uma tentativa de golpe para derrubá-lo foi engendrada numa emissora de tevê.
A estratégia da confrontação deu resultado em matéria de poder mas fraturou o país, dividiu-o em dois. Um político seria mais prudente porque uma ruptura como a que ocorre na Venezuela torna o país ingovernável.
Grande parte da mídia brasileira tratou Chávez morto como tratava Chávez vivo, foi um erro. A mídia democrática não confronta, informa, esclarece, tenta convencer.
O sucessor designado, Nicolás Maduro, também aposta na confrontação. Menos experiente, talvez não saiba como voltar atrás depois de eleito. Precisa ser ajudado.
Em 2009, este Observatório da Imprensa foi à Venezuela. O experimentado jornalista e escritor Claudio Bojunga ouviu as duas partes, e as conclusões não deixavam dúvidas: o país estava partido, quebrado.
Hoje, cinco anos depois, Chávez morto e embalsamado, nada mudou, ao contrário, piorou: Chávez tornou-se um mártir pois, segundo Maduro, teria sido consumido por um câncer inoculado por seus inimigos. A confrontação prossegue.
A Venezuela está a 3.800 quilômetros de Brasília, porém uma Venezuela fragmentada, fragmenta a América Latina, afeta o Brasil. Nossa mídia precisa curar-se do chavismo. Ou do anti-chavismo e esquecer a confrontação.