Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Quando começou o caso do mensalão, há pouco mais de dois anos, alguns críticos o classificaram como um complô da mídia contra o Governo. Hoje, o Supremo Tribunal Federal desmentiu estas teorias conspiratórias ao considerar como réus os 40 relacionados pela CPMI e denunciados pelo Ministério Público. A imprensa não errou? Errou. A começar pela divulgação do vídeo da propina nos Correios que não resultou de uma investigação jornalística mas de uma disputa entre fornecedores. A mídia precipitou-se muitas vezes, mas não fez feio no primeiro ato desta exibição de democracia. Ficaram mal aqueles que não vivem sem um bode expiatório. Voltaremos ao assunto. A compra do Wall Street Journal pelo magnata australiano Rupert Murdoch pode ser vista como mais uma etapa do perigoso processo de concentração da mídia em todo o mundo, com as inevitáveis distorções políticas e ideológicas. Mas o que interessa a este Observatório da Imprensa é a intensa discussão que a transação provocou na mídia internacional. A ousadia de Murdoch foi comentada abertamente pelo seu competidor, o New York Times, mas também pelos próprios jornalistas do Wall Street Journal em suas páginas. A mídia deve discutir a mídia como discute todos os assuntos. Colocá-la como tabu equivale a admitir que ela pode resignar-se a outros embargos. Se a mídia não discute a mídia, a sociedade fica de fora sem saber o que está acontecendo numa instituição que existe para defender os seus interesses. Murdoch e o Wall Street Journal não estão distantes de nós. Estariam, se admitíssemos que certos assuntos devem ser mantidos sob sigilo. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm