Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Quantos fumantes você conhece que desenvolveram câncer de pulmão? Faça as contas e tire as conclusões. Agora tente lembrar-se do enredo do filme O Informante, que focalizamos aqui neste programa no final de fevereiro. Para quem não viu ou esqueceu: o filme conta as manobras das tabaqueiras americanas para impedir a exibição da denúncia de um programa de televisão sobre os malefícios do cigarro.
O que vamos mostrar no programa de hoje não foge muito ao enredo de O Informante, baseado aliás num fato verdadeiro. Uma repórter da Folha de S. Paulo teve acesso a documentos da Philip Morris onde se revela a estratégia para impedir a aprovação de leis destinadas a banir a publicidade de cigarros.
Acontece que neste exato momento pelo menos duas poderosas associações brasileiras, uma de empresas de televisão e outra de regulamentação publicitária, estão empenhadíssimas numa campanha contra o projeto de lei proposto pelo Ministério da Saúde para proibir a propaganda de cigarros. Alegam que estão defendendo a liberdade de expressão.
Acontece que a estratégia da Philip Morris preconiza exatamente isso – levantar a questão da liberdade para impedir qualquer proibição aos anúncios de cigarro.
Esta reportagem da Folha, comentada no último domingo pelo colunista Elio Gaspari, muda totalmente o foco da questão: a estranha reação ao projeto do ministro Serra é sincera, envolve princípios ou é manobra para proteger a fabulosa verba de quase 60 milhões de reais que as tabaqueiras gastam em publicidade no Brasil? Você é quem vai julgar.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm