Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

O poder do front digital

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Estamos a uma semana do início do horário eleitoral gratuito. A principal passarela onde desfilam os candidatos tem funcionado como um autêntico mercado onde se trocam alguns segundos de exposição na mídia eletrônica por vantagens na distribuição de cargos e verbas. É neste mercado que se constroem projetos políticos e coligações partidárias.

Mas é possível que o horário eleitoral gratuito venha a ser substituído por palanques com visibilidade e dimensões ainda maiores: as redes sociais no Brasil têm um poder de penetração que só perde para a Índia e os Estados Unidos.

Nas ondas do facebook navegam 87 milhões de brasileiros, pelo menos uma vez por mês. E destes, 63 milhões acessam o facebook através do celular onde imperam mensagens curtas, impactantes e nem sempre legítimas.

Na selva da internet joga-se pesado. No ciberespaço constroem-se ou destroem-se imagens e reputações em questão de segundos. Virais são incontroláveis e mais letais do que os vírus propriamente ditos.

A nova legislação, em vigor desde o ano passado, tenta acelerar o mecanismo que viabiliza o direito de resposta de candidatos que se sintam prejudicados por informações postadas na rede. A lei procura expandir o direito de remoção de matérias consideradas ofensivas. Mas o que é ofensivo para um juiz pode não ser para outro. O complicador não é apenas subjetivo, também é concreto: o volume das reclamações pode esbarrar na limitação de recursos da Justiça Eleitoral.

As novas tecnologias produzem sempre avanços notáveis mas, nestas eleições, ficaremos sabendo se estes avanços não serão esmagados por retrocessos.