Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Você acredita que uma eleição resume-se apenas aos discursos em palanques, passeatas, carreatas e o horário de propaganda eleitoral? Isto foi no passado – eleição hoje tem marqueteiros, pesquisas de intenção de voto, debates entre candidatos. Eleição é o teste máximo do processo democrático e o papel da mídia é decisivo para garantir a lisura e evitar a interferência do poder político ou do poder econômico. Basta ver que em quase sete anos de existência este Observatório já tratou de eleições em 17 edições sendo que doze delas focalizadas em eleições brasileiras. Muitos destes programas focalizaram o destaque e a freqüência, quase uma obsessão, de divulgar pesquisas de intenção de voto que acabaram por substituir o debate de idéias. Chegamos a designar esta febre como pesquisismo ou pesquisite e parece que não foi exagero. Além das surpresas naturais de qualquer eleição, o que chamou a atenção no pleito do último domingo foram os erros nas previsões cometidos por dois grandes institutos de pesquisa, o Datafolha e o Ibope, ambos no tocante à disputa paulistana. Qualquer previsão, por mais científica que seja, corre o risco de não ser confirmada tantos são os imponderáveis, mas a pergunta que este Observatório da Imprensa vê-se obrigado a repetir tem a ver com uma questão puramente jornalística – em que código ou manual está escrito que no dia da eleição os jornais são obrigados a adivinhar os resultados das urnas mais de 12 horas antes do início da apuração? O leitor compra o jornal para saber coisas efetivamente acontecidas ou quer participar de um exercício divinatório, tipo loteria ou mega-sena? E será que esta adivinhação não pode induzir os indecisos a fazer a opção pelo candidato que vai ganhar? Convém pensar sobre isso. Eleição é um fato político mas o desempenho da imprensa também é um fato político. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm