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O Pré-Sal salgou o nosso pacto federativo. A república teve alguns conflitos regionais, entre estados ou entre estados e o poder central. Alguns descambaram em confrontos bélicos. Os mais conhecidos são a Guerra do Contestado, a Revolta de Juazeiro e a Revolução Constitucionalista de São Paulo, episódios fratricidas que não se comparam à sangrenta Guerra da Secessão Americana.
Nossa federação parece estável, mas na última semana os ânimos andaram muito exaltados quando o governador do estado do Rio comandou uma cruzada contra a emenda aprovada pela Câmara Federal que alterava drasticamente a distribuição de royalties pela extração do petróleo.
A tradição combativa da imprensa carioca foi despertada de repente pela perspectiva da perda de recursos para financiar a Copa do Mundo, a Olimpíada e o próprio desenvolvimento do estado. O peemedebista gaúcho Ibsen Pinheiro foi moralmente linchado e crucificado nas manchetes e ruas do Rio, embora o Espírito Santo e São Paulo também tivessem sido prejudicados pela emenda.
O povo foi às ruas sem saber exatamente o que são royalties, o que é o Pré-Sal e por que a fabulosa riqueza da camada submarina do Pré-Sal em vez de trazer a euforia nos empurrou para uma situação pré-dramática.