Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Você está lembrado do último programa quando tratamos do caso Pimenta Neves. A Tv Globo foi muito citada e cobrada inclusive pela direção deste programa por recusar qualquer explicação sobre a sua atitude de usar uma câmera oculta no depoimento do assassino. Agora, uma semana depois, recebemos um e-mail de Amauri Soares, diretor de jornalismo da Globo em São Paulo, onde oferece algumas explicações. diz ele em resumo:
1) Casos de homicídio são de interesse público já que a sociedade julga o réu no Tribunal de Júri. Neste contexto a exibição de cenas do depoimento pode ser benéfica para o processo;
2) A decisão da juíza da comarca de Ibiúna de impedir novas exibições do depoimento significa uma censura à atividade jornalística;
3) O jornalista Fernão Mesquita, diretor do Jornal da Tarde, reclamou dos cortes sofridos por um depoimento seu num programa da Globo News, sobretudo quando se referiu à decisão do Grupo Estado de não interferir nas relações interpessoais de seus funcionários. Por esta razão o diretor da Globo pede desculpas;
4) O jornalismo de Tv não tem ‘páginas internas’ onde podem ser ocultados ou amenizados determinados tipos de noticiário. Jornalismo de Tv só tem primeira página e assim nas primeiras páginas da Globo noticiamos sem adjetivos o assassinato da repórter Sandra Gomide e os privilégios concedidos ao assassino confesso.
O diretor da Globo não comentou nossa reclamação contra a política da Globo de não oferecer explicações sobre seus procedimentos. De nossa parte acrescentamos que jornalismo de Tv tem sim primeira páginas, é o que se chama no jargão de ‘escalada’, aquela sucessão de manchetes na abertura do jornal.
Nosso assunto de hoje é a utilização abusiva das prévias eleitorais. Já tratamos disso nas eleições anteriores e continuaremos a tratar disso enquanto a mídia abusar da utilização das sondagens esquecendo sua contribuição para a elevação do nível do debate.
A disputa eleitoral é a oportunidade para se confrontarem idéias e programas. Isso está sendo substituído por um placar esportivo onde o eleitor vai apostar em que está ganhando. O certo seria ouvir quem pode atender às suas necessidades e convicções.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm