Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
As eleições presidenciais americanas sempre despertam grande interesse nos quatro cantos do mundo pela intensa exposição da mídia.
Desde 2008, com a candidatura de Barack Obama, o pleito americano internacionalizou-se, não porque fosse negro, mas porque sua candidatura incorporou com naturalidade as propostas da agenda global de aspirações e a ansiedade por mudanças.
A nova candidatura, em plena crise econômica mundial, reforçou sua imagem renovadora: Obama consegue ser pós-racial, pós-religioso e pós-ideológico no exato momento em que o mundo dá sinais de cansaço, com a longa história de conflitos raciais, religiosos e ideológicos.
O resultado desta empatia universal ficou registrado numa sondagem no mundo divulgada na semana passada: 81% dos consultados votariam em Obama e apenas 19% escolheriam Romney. Israel e Paquistão são os países que preferem o republicano. Na Alemanha, Obama foi escolhido por 97% dos entrevistados.
No Brasil, 93% dos ouvidos votariam em Obama, embora grande parte dos colunistas de Política e Economia da mídia brasileira torçam o nariz para as iniciativas que reforçam o papel do Estado.
O que nos leva à questão central desta edição: a mídia brasileira está conseguindo oferecer ao seu leitorado o que, de fato, acontece no âmago do eleitorado americano?