Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Hoje, excepcionalmente, estou participando deste programa dos estúdios da Tv Cultura, São Paulo. Quais são os grandes temas nacionais neste momento? Você sabe: corrupção, reforma agrária, eleições municipais, sucessão presidencial, retomada do crescimento. Se quiser, acrescente a crise na Seleção que vai disputar a Copa do Mundo e que reflete a grande crise que corrói o futebol brasileiro. Mas nesta pauta foi plantada artificialmente um programa de televisão. Um programa de entretenimento com pretensões de ser jornalístico. Trata-se do novo campeão de audiências da Tv Globo, naturalmente, No Limite. Já apareceu no Jornal Nacional, já foi assunto de primeira página de grandes jornais e recentemente foi capa do mais importante semanário brasileiro, Veja. Justifica-se o bafafá? Nos EUA onde tudo começou com o programa Survivor, as peripécias dos personagens ficam confinadas às publicações especializadas. Na Europa, um programa similar porém mais pesado, o Big Brother, faz enorme sucesso mas não se confunde com os fatos efetivamente reais. Apesar do nome, reality-shows, esses programas nada tem a ver com a realidade. São encenações manipuladas pela fantástica capacidade da Tv de converter qualquer coisa, inclusive a fantasia, em verdade. E na condição de programas de entretenimento e entretenimento pesado, permanecem na esfera específica, sem extrapolar. No Rio de Janeiro, o frenesi de no limite chegou a provocar uma crise no comando de um grande jornal popular furado pelo concorrente na disputa para antecipar o desfecho. Esse é o assunto que ocupará a edição de hoje do Observatório. Preste atenção nessas ‘realidades’ para não ser surpreendido por outras. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm