Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
No domingo as urnas mandaram o seu recado, ontem os comentaristas políticos estavam envolvidos na ginástica para saber o teor deste recado e hoje perguntamos a você, telespectador-eleitor: a cobertura eleitoral da mídia foi satisfatória? É óbvio que as respostas serão contraditórias: os ganhadores dirão que a cobertura foi justa e os perdedores dirão que a mídia torceu e distorceu.
Partidarismos à parte há um saldo de conclusões quase unânimes: a primeira refere-se à inapetência da mídia em provocar o debate sobre programas e propostas. Segunda conclusão: os candidatos acabaram comandando a cobertura eleitoral dos diferentes veículos, quando deveria ser o contrário. Desta maneira imperou o corpo a corpo com a inevitável baixaria. A terceira conclusão relaciona-se à ênfase dada às sondagens eleitorais: elas dominaram completamente a cobertura dos primeiros aos últimos lances convertendo a disputa política numa espécie de placar esportivo. A conclusão final tem a ver com a legislação eleitoral que engessou completamente a cobertura das rádios e tevês, deixando a mídia impressa completamente livre. O que não está errado.
Errado é não estender às rádios e tevês as mesmas prerrogativas dos jornais e revistas. Coincidentemente, as denúncias mais consistentes de falta de isenção e decoro dizem respeito a dois diários, um de Santos, outro aqui do Rio de Janeiro.
Mas não esqueça, teremos eleições novamente dentro de dois anos. Esta é a hora de cobrar do seu partido e do seu representante a discussão sobre as novas posturas eleitorais e sobretudo sobre a tão falada e sempre adiada reforma política.
Se não o fizermos agora, em outubro e novembro de 2002 estaremos novamente discutindo as mesmas coisas. A posteriori, como fato consumado.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm