Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. A notícia tem cara? Na TV, a cara da notícia é a cara do âncora ou da âncora. No jornal a informação é impessoal, transmitida por palavras que formam idéias que formam juízos e se transformam em opiniões. No rádio, as palavras dependem da voz de um intermediário, antigamente chamado de locutor ou speaker que acrescentava inflexões ou emoções. A televisão que é filha do cinema e do espetáculo foi a responsável pela criação do intérprete da notícia, aquele ou aquela profissional que empresta a sua imagem e às vezes a sua pessoa para converter a informação num relato, numa história, verossímil e interessante, capaz de prender a atenção do espectador e não deixar que ele se distraia. Âncora não é uma palavra que surgiu por acaso, a função do âncora é essa mesma, amarrar o espectador, ancorá-lo em assuntos sobre os quais nunca ouviu falar, países que não sabe localizar no mapa, problemas completamente estranhos à sua experiência. No momento em que alguns dos mais famosos âncoras americanos estão deixando os seus postos e o jornalismo televisivo parece enfrentar a sua hora da verdade este Observatório da Imprensa não pode deixar de fazer uma provocação. E o telespectador? Ele precisa realmente de um tradutor? Se os assuntos dos jornais televisivos fossem apresentados de forma menos simplificada, o âncora seria tão importante? Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm