Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. O terrorista detesta segredos, precisa de divulgação, sem ela, não aterroriza. Em silêncio, o terror perde sua eficácia. Nos últimos 100 anos todos os atentados terroristas buscaram o espetáculo do terror, quanto mais sangue e mortes, melhor. A única ação política violenta com enorme repercussão internacional sem derramar uma gota de sangue talvez tenha sido o seqüestro do transatlântico português ‘Santa Maria’ em alto mar, perto do Recife, em 1961, executado por anarquistas para chamar a atenção do mundo para a ditadura salazarista. A causa palestina só ficou conhecida nas olimpíadas de Munique em 1972 quando terroristas palestinos seqüestraram e liquidaram quase toda delegação olímpica israelense. O 11 de setembro em Nova York foi concebido e executado em todos os detalhes para ser exibido ao vivo e em cores para o mundo inteiro. Também o 11 de março em Madri foi concebido e executado para influir nas eleições que se realizariam dias depois. Mas ao manipular as primeiras informações sobre a autoria do massacre, o premiê José Maria Aznar acabou sendo derrotado fragorosamente. Quis usar o terror, foi derrubado por ele. Ontem, 11 dias depois, foi a vez do premiê israelense, Ariel Sharon acreditar que poderia servir-se do terror e mandou assassinar o líder religioso palestino Achmed Yassin. Imaginava que seria facilmente assimilado. O repúdio foi total. Terrorismo é o nome da guerra contemporânea. E a relação mídia-terror é a sua ampliação em escala mundial. Somos parte dela, vítimas das bombas e dos efeitos das bombas. Os terroristas, todos os terroristas são devotos da morte. Querem corpos despedaçados mas também querem mentes aterrorizadas. Assista ao compacto desse programa em:
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