Wednesday, 04 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Um balanço da cobertura

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

A mídia internacional acompanhou com enorme interesse o desenrolar da campanha eleitoral americana e, se o mundo tivesse votado na última terça feira, Barack Obama seria escolhido por uma esmagadora maioria.

Mas, ao contrário do que se alegou, este interesse pelo pleito americano nada teve a ver com o relacionamento dos Estados Unidos com os diferentes países. A disputa Obama-Romney reproduziu-se nos quatro cantos do mundo e por isto as mídias locais de certa forma reproduziram o que se passou com a mídia americana.

No Brasil não temos um tea party histérico, reacionaríssimo, quase fascista. Mas temos na mídia adeptos extremados da plataforma ideológica do tea party americano. Não temos um Murdoch querendo acabar com as conquistas sociais iniciadas pelo presidente Roosevelt há 70 anos, mas temos um maniqueismo anti-estatal que elimina qualquer possibilidade de regulação dos mercados.

Assim como Mitt Romney equivocou-se esquecendo que existe um capitalismo desbravador e responsável, em oposição ao capitalismo selvagem e brutal, assim também grande parte de nossa mídia não percebeu – ou fingiu que não percebeu – que os maiores baluartes da mídia econômica mundial, como o Economist, Financial Times e Bloomberg News, preferiram as inovações propostas por Obama às teses retrógradas e equivocadas do "empreendedor" Mitt Romney.

Não foi a demografia que deu a vitória a Obama como nossa mídia tentou explicar. Foram as suas propostas endossadas pelas diferentes minorias. Somadas, criaram uma grande maioria. Lá e aqui.