Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. A grande imprensa está noticiando com destaque a demissão do jornalista Luiz Lobo, editor-chefe e âncora do telejornal Repórter Brasil da TV Brasil. O assunto é grave e foi imediatamente encaminhado ao Conselho Curador da TV Pública. Mas a grande imprensa está passando ao largo de um assunto igualmente grave: a não renovação do mandato do ouvidor da Folha de S. Paulo, Mário Magalhães, que não aceitou a supressão de uma de suas funções: o boletim diário de críticas através da internet. Dois pesos e duas medidas: a Folha evidentemente publicou no último domingo a longa e detalhada despedida do seu ouvidor e vem publicando nestes dois dias as cartas de protesto dos seus leitores. Mas o resto da grande imprensa assiste calada ao retrocesso em matéria de transparência. A mídia privada acha que tem o direito de resguardar-se do olhar da sociedade e além desta modéstia funciona uma espécie de solidariedade empresarial que mantém longe do conhecimento público as suas mazelas. Voltaremos ao assunto. O centenário da Associação Brasileira de Imprensa não é uma festa somente para aqueles que estão envolvidos com o jornalismo, sejam profissionais ou empresários. É uma festa de uma instituição pública criada nos primeiros anos da República quando os papéis políticos e os poderes ainda não estavam definidos. A ABI não é propriamente uma entidade de classe, corporação profissional, é uma instituição a serviço da democracia, portanto guardiã do interesse público. Neste ano dos duzentos anos da imprensa, os cem da ABI incorporam-se a um monumento político e cultural que vem sendo construído todos os dias tantos pelos jornalistas como por seus leitores. Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm