Wednesday, 25 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Veja

As eleições estão na ordem do dia. Mesmo a crise financeira que assusta o mundo inteiro está sendo discutida à luz da disputa presidencial. Hoje vamos tratar exclusivamente da cobertura política e eleitoral através do fascinante depoimento de uma testemunha da nossa cena política nos últimos 50 anos. Não é um retrospecto mas uma forma de mostrar a você, eleitor, o que a mídia está deixando de fazer em seu benefício.

A revista Veja completa breve, os seus 30 anos de idade. É, sem favor, o nosso mais importante semanário, o quarto ou quinto do mundo em circulação. Foi imitado e fez escola. Esta semana, porém, Veja está na berlinda. A começar pela capa que tenta reproduzir com a imagem e palavras uma outra de duas semanas atrás com o chamado Maníaco do Parque. Acontece que o personagem desta semana não é um maníaco, não matou ninguém, é no máximo um homem público que não se dá ao respeito.


Não disse e jamais poderia dizer ‘fui eu’, está evidente um desrespeito à veracidade. Pretendeu-se forçar comparações descabidas, fazer gracinha com assuntos seríssimos ou responder com arrogância àqueles que criticaram a capa do Maníaco pela forma irregular com que foi obtida a matéria.


E, como se não bastasse isso, a direção da revista dispensou ontem o seu crítico de mídia, Eugênio Bucci, porque num programa de televisão não defendeu a revista das críticas que lhe foram feitas justamente a propósito da capa com o Maníaco.


Um crítico de mídia não é obrigado a endossar automaticamente as opções superiores. Sem independência a crítica perde toda a sua validade. O alinhamento obrigatório com a empresa empregadora e a obrigação de reparar apenas nos concorrentes dispensa a existência de críticos.


Este tema tem dominado nosso Observatório há várias edições e certamente continuará em pauta. Julgue você mesmo se havia razão para dispensar o crítico de Veja.


Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm