Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
A execução do terrorista Timothy Mc Veigh ontem nos Estados Unidos foi chamada de show da morte. E poderia ter sido um megashow se as autoridades tivessem autorizado o pedido do mega-assassino para que o espetáculo fosse transmitido ao vivo em horário nobre. Mesmo assim sem Tv foi um show da mídia. A morte violenta banalizou-se, faz parte de um espetáculo diário que a mídia eletrônica oferece em todos os horários e todos os formatos e que a mídia impressa não consegue enfrentar, combater ou inibir.
Há uma cultura da brutalidade em todo o mundo mas no Brasil ela mistura-se à violência que permeia todos os segmentos sociais. O motim de presos que está ocorrendo no Paraná é exemplo disso. Três amotinados, desobedecendo às ordens dos líderes, mataram um refém. E como castigo foram sumariamente justiçados pelos outros amotinados.
A violência está sendo usada sob todos os disfarces e com todos os pretextos, dos bailes funk aos protestos políticos. E isto de tal forma que a sociedade já aceita naturalmente o castigo extrajudicial.
Relatório da ONU sobre a tortura no Brasil não culpa o Governo, até elogia as medidas que estão sendo tomadas para coibi-la mas denuncia a prática generalizada da tortura no país. O grave é que a tortura e os justiçamentos tornaram-se perfeitamente aceitáveis em todos os níveis de uma sociedade que não adota a pena de morte mas acostumou-se com os extermínios, as chacinas e, sobretudo, acostumou-se com a violência através da exibição continuada da violência. A complacência com o uso das drogas, sobretudo nos escalões mais ricos, é um dado que não pode ser ignorado nesta gigantesca equação da selvageria.
Ao tratar da brutalidade como uma cultura este Observatório quer apenas lembrar que para ser erradicada depende de todos. A violência é um doença e como todas é contagiosa. Vacine-se.
Assista ao compacto desse programa em:
www.tvebrasil.com.br/observatorio/videos.htm