Bem-vindos ao Observatório da Imprensa. Duas semanas depois, o saldo da tragédia é a própria tragédia. Duzentas e vinte e oito vidas perdidas, famílias destroçadas. O luto nos dois lados do Atlântico aproxima novamente o Brasil da França mas da forma mais dolorosa. O mistério sobre as causas do acidente com o Air-Bus da Air-France parecia insolúvel. No entanto, a hipótese que até agora conseguiu sustentar-se foi divulgada discretamente pelo prestigioso vespertino ‘Le Monde’ em seguida ao desastre. Segundo o jornal, apesar da sofisticação do equipamento do Air-Bus, teria havido uma falha na aferição da velocidade. O pequeno sensor chamado pitot foi convertido pela imprensa internacional em bode expiatório e a recomendação anterior do fabricante para que fosse substituído foi rapidamente implementada. As caixas-pretas poderão responder as dúvidas mas a sua localização no fundo do oceano é improvável, quase impossível. Em situações como esta é que se evidenciam as dificuldades para o exercício do jornalismo. De um lado, a comoção e a solidariedade forçam a manutenção do noticiário. Mas o imperioso respeito aos sentimentos dos enlutados impõe uma escrupulosa economia de informações. O jornalista tem um compromisso com a humanidade. A vida continua mas a dor não pode ser esquecida, nem o compromisso de fazer justiça. Assista ao compacto desse programa em:
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