PROTESTOS ANTI-GUERRA
Pressionada por grupos que monitoram a mídia e por manifestantes contra a guerra, a maioria dos jornais americanos passou a levar a sério os protestos contra a invasão do Iraque ocorridos em Washington, São Francisco e outras cidades menores. O Washington Post deu uma extensa matéria de primeira página aos eventos, assim como o Chicago Tribune. Em 11/1, o Los Angeles Times irritou alguns leitores com a legenda de uma foto, que se referia aos "anarquistas de sempre" entre a multidão que marchava. No dia 19, no entanto, o jornal destacou a diversidade do movimento.
Conta Ari Berman [Editor & Publisher, 24/1/03] que, nesse mesmo dia, o New York Times publicou uma foto na primeira página e um editorial simpático aos protestos. Mas, numa coluna de 21/1, Wesley Pruden, editor-chefe do Washington Times, escreveu que a maioria dos jornais "comprou a história de que se trata de uma efusão poderosa do sentimento nacional". Por causa das marchas, Saddam Hussein pode sonhar com a solidariedade de alguns americanos, criticou Pruden ? mesmo argumento usado pelo New York Sun (manchete: "Protestos anti-guerra nos EUA são saudados por Saddam"). Já o New York Daily News descreveu os manifestantes como uma "escassa multidão de brancos [formada de] radicais que odeiam a América, demagogos de segunda classe e esquisitos".