COBERTURA DAS ELEIÇÕES
Alexandre Martins (*)
Durante 273 dias (de 1? de janeiro a 30 de setembro deste ano) o Instituto Brasileiro de Estudos da Comunicação (IBEC) extraiu, mediu e analisou os conteúdos de tudo o que os dez dos mais influentes jornais e revistas da imprensa brasileira publicaram a respeito da campanha eleitoral à presidência da República. Esse amplo levantamento diário monitorou todos os temas abordados a respeito das quatro principais candidaturas, incluindo os ataques e contra-ataques entre candidatos.
A pesquisa do IBEC permite saber quantitativa e qualitativamente qual o espaço positivo e negativo atribuído a cada candidatura. Mas, principalmente, o IBEC verificou como os veículos da mídia impressa se comportaram durante a campanha influindo na cobertura dos meios eletrônicos ? rádio e televisão ? e, por conseqüência, na opinião pública.
Com base nesse minucioso levantamento diário, o IBEC produziu um ranking da equanimidade no tratamento dispensado pelos diversos veículos às diferentes candidaturas.
O método aplicado pelo IBEC é o mesmo que há 15 anos orienta seus serviços de auditoria de imagem prestados a dezenas de grandes empresas, públicas e privadas, em todo o país. A metodologia adotada pelo Método IBEC [veja detalhamento abaixo] resulta em um índice que, aplicado aos veículos analisados, revela como estes se comportaram do ponto de vista da equanimidade ? ou seja, se dispensaram tratamento mais equilibrado nas abordagens positivas e negativas a respeito dos quatro candidatos.
A partir do Índice IBEC, foram atribuídas as seguintes notas para os veículos:
Época ? 80,78
O Globo ? 80,75
IstoÉ ? 80,67
Veja ? 80,24
Estado de Minas ? 80,03
Folha de S.Paulo ? 79,71
Jornal do Brasil ? 79,64
Valor Econômico ? 78,00
Gazeta Mercantil ? 76,97
O Estado de S.Paulo ? 75,82
Os altos índices de equanimidade exibidos pelos veículos demonstram que a cobertura da imprensa sobre a campanha eleitoral se colocou em um patamar expressivo sob a ótica da isenção e do equilíbrio.
A mesma análise de conteúdos da mídia impressa nesse período revela que:
** A candidatura José Serra foi a que mereceu o maior espaço (positivo e negativo) na soma de todos os veículos analisados: 35% do total.
** O menor espaço (positivo e negativo) foi dedicado ao candidato Anthony Garotinho: 12% do total.
** O candidato Luiz Inácio Lula da Silva obteve 71,4% de toda a abordagem positiva daqueles veículos.
** A candidatura de Ciro Gomes foi a que recebeu a maior quantidade de abordagens negativas: 40% do total.
Metodologia
O Índice IBEC é calculado segundo fórmula que considera os centímetros positivos e negativos de cada candidatura sobre o volume total das centimetragens de todas as candidaturas.
Entenda-se por centímetro o resultado de ponderações acrescidas aos centímetros quadrados medidos de cada fragmento de notícia publicada, analisados segundo a candidatura, o personagem, o assunto e a abordagem (positiva ou negativa) e considerando:
- audiência do veículo;
- credibilidade do veículo;
- localização no espaço editorial;
- estrutura de cada notícia.
No período analisado, rankings e gráficos indicam quais os assuntos que tiveram maior destaque na cobertura da imprensa sobre as eleições presidenciais [veja remissões abaixo]. O ranking mostra quanto cada personagem contribuiu positiva ou negativamente para a formação da imagem de cada candidato, segundo o que foi publicado pela imprensa ? e como.
Tabelas e gráficos mostram como (de forma positiva ou negativa) e quanto (em centímetros), cada um dos veículos pesquisados cobriram o tema eleições. Candidatos e outros personagens atacam-se mutuamente tendo as páginas dos jornais como “campo de batalha” [remissões abaixo].
(*) Jornalista, diretor de pesquisas do Instituto Brasileiro de Estudos da Comunicação (IBEC)
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