CONSERVADORISMO ABALADO
Na noite do dia 22 de maio anunciantes americanos participaram de uma festa promovida pela revista Maximum Golf. Até aí nada demais, já que a prática de cortejar executivos das agências de publicidade é antiga nos EUA. A novidade, no entanto, foi o evento em si, disse Alex Kuczynski [The New York Times, 28/5/01].
A festa aconteceu no topo de uma construção, com vista panorâmica, e os convidados eram desafiados a virar doses de tequila e depois testar suas habilidades no gramado, montado especialmente para o evento. Enquanto os "jogadores" apostavam no prêmio de US$ 5 mil ? uma viagem para Myrtle Beach ?, o combustível acabava com qualquer conservadorismo associado ao esporte, afirmou um convidado.
A festa, ao que parece, foi o nítido reflexo da mudança que a Maximum tem trazido a este mercado. O golfe adquiriu um caráter mais jovem e apelativo nos EUA nos últimos cinco anos, e no ano passado as revistas dedicadas ao assunto mudaram radicalmente. Troca de proprietários, recrutamento de editores de diferentes áreas, redesign e lançamento de novos títulos são algumas das medidas que provaram que o mercado das revistas de golfe transformou-se num campo de batalhas entre diferentes gerações ? antigos conservadores versus novos conservadores.
As tradicionais Golf e Golf Digest competem hoje com a Travel & Leisure Golf e com as novatas Maximum Golf, Fringe Golf e Schwing!. As novas publicações trazem fotos de mulheres nuas em banheiras cheias de bolas de golfe, artigos sobre golfe radical, glacial, com freiras, strippers etc. Michael Caruso, editor da Maximum, garantiu que essas novidades motivaram significativas mudanças nas outras revistas, no ano passado. George Peper, editor da Golf há 23 anos, ignorou as provocações de Caruso e aproveitou para dar sua tacada: "Os leitores da Maximum Golf abandonarão a revista assim que começarem a levar o jogo a sério."
