JORNALISMO E COMUNICAÇÃO
Victor Gentilli
No decorrer dos anos 1999 e 2000, todos acompanharam os acesos debates sobre os caminhos para os cursos de Jornalismo e de Comunicação. Havia muita coisa em discussão, mas o que detonou a crise foi a chamada do MEC para as entidades produzirem novas diretrizes curriculares para os cursos, posto que os antigos currículos mínimos já não mais tinham valor com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases.
Apesar do debate, o documento encaminhado pela então Comissão de Especialistas trazia o que entendia ser o consenso da área. O fato de os jornalistas ? os principais contendores na disputa com os comunicólogos ? realizarem o famoso Seminário de Campinas, no que seria o 3? Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, não apenas deu legitimidade às demandas dos jornalistas como colaborou para somar.
Trata-se de assunto pretérito, mas de interesse fundamental. Uma das primeiras decisões de Campinas foi manter, integralmente, todo o documento-base emanado da Comissão de Especialistas e seguir as recomendações: elaborar, em tudo o que cabia no roteiro, o que era específico em Jornalismo.
Na reunião de consolidação de toda a área, praticamente tudo o que foi produzido em Campinas foi incorporado no documento final a ser encaminhado ao MEC. Alguns pontos foram deixados de lado e resultaram numa documentação à parte, encaminhada pelos organizadores do Seminário de Campinas ao ministro, ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e à Secretaria de Educação Superior do MEC (SESu). Sem mexer em feridas passadas, mas buscando informar com precisão, é preciso dizer que os jornalistas mantiveram integralmente o texto que receberam e agregaram o que consideraram importante na formação profissional. A Comissão de Especialistas não manteve integralmente o documento de Campinas. Este Observatório noticiou o fato.
Agora, quando a desregulamentação sobre carga horária e duração dos cursos tornar-se evidente, os responsáveis pelo ensino de Jornalismo começam ? com razão ? a se preocupar. A oportunidade para corrigir esta falha do passado pode ser agora.