CRISE NA IMPRENSA
Quando a mídia é notícia e a mídia omite esta notícia configura-se um caso claro de manipulação e, como conseqüência, uma crise de credibilidade. O caso da parceria da Gazeta Mercantil com o grupo Marítima, anunciada na semana passada [remissão abaixo], foi mais uma prova de como a imprensa brasileira abriu mão do compromisso de fazer o registro do que acontece no país.
Na imprensa generalista, apenas O Globo e o Estado de S.Paulo fizeram o registro e mesmo assim com notável descrição (na Gazeta e no concorrente, Valor, não houve qualquer esforço para mostrar ao leitor as dimensões da crise).
Perguntará o leitor: poderia ser diferente?
Responde semanário The Economist (8/3) na matéria que tratou da crise que assola os jornais ingleses (págs. 53-54). Sem disfarces nem artifícios, a matéria examinou a situação do grupo Pearson, que detém parte do capital do Financial Times e parte do capital do próprio semanário britânico.
Assim é que se faz. O leitor termina a leitura com a convicção de que pode confiar nas informações da revista. Não existe nada de desairoso em assumir dificuldades. Desonroso é esconder a informação.
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