VIDEOFONE
A guerra no Afeganistão trouxe a novidade do videofone, que permite aos repórteres transmitirem ao vivo imagens de lugares remotos para um link de satélite comum. A CNN tem 30, a CBS mais de 15, e a ABC, nove. O desafio para os engenheiros de comunicação, no entanto, é conseguir imagens mais nítidas. Hoje, o modelo mais comum de videofone, o Talking Head, da britânica 7E Communications, conectado a um telefone via satélite do sistema Inmarsat, consegue um fluxo de dados de apenas 64 kilobits ? ainda muito pouco, como se pôde ver nas cenas dos combates contra a al-Qaida e o Talibã.
O Talking Head ? "cabeça falante" ? foi criado para transmissões de pessoas paradas, bem próximas do aparelho. Mas passou a ser usado para mostrar cenas mais abertas, o que resulta em péssimas imagens que, de qualquer modo, têm grande valor jornalístico porque mostram acontecimentos em tempo real. Este mês, o repórter Forrest Sawyer, da MSNBC, transmitiu matéria das Filipinas com um videofone conectado a quatro telefones via satélite, alcançando taxa de transmissão de 256 kilobits, obtendo imagens muito mais nítidas. Cada telefone da Inmarsat custa cerca de 8 mil dólares, e uma chamada de 64 kilobits pode custar 7 dólares. O Talking Head custa de 8 mil a 11 mil dólares.
Como relata Susan Reed [New York Times 31/01/02], até o fim do ano os telefones de 64 kilobits já estarão obsoletos: a Inmarsat lançará os de 144 kilobits, abrandando o ávido desejo das TVs por mais velocidade. Mas ainda será insuficiente para mostrar cenas de movimento. É necessário esperar até 2004, quando a Inmarsat colocará novos satélites no espaço, que aumentarão o fluxo de dados para 432 kilobits.