Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A saga de Zahra continua

VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

Um juiz acusou dois agentes da inteligência iraniana de envolvimento na morte da fotojornalista Zahra Kazemi, que morreu na prisão de Teerã devido a uma hemorragia causada por espancamento. Ela foi presa em 23/6 por registrar imagens do movimento estudantil que ocorria em frente à prisão.

Um funcionário do Ministério da Inteligência criticou a acusação, chamando de "mentira deslavada" a afirmação de que os agentes ? ambos interrogadores ? estavam envolvidos na morte da jornalista, ocorrida em 10/7.

As acusações contra os agentes, segundo Ali Akbar Dareini [AP, 26/8], devem intensificar a luta pelo poder do presidente Mohammad Khatami e seus aliados reformistas, cujo controle sobre o Ministério da Inteligência foi há muito assumido por linha-duras, acusados pela morte de Zahra.

No dia 25/8, a ONG Repórteres Sem Fronteiras emitiu um comunicado dizendo estar extremamente preocupada com três jornalistas independentes cubanos, Mario Enrique Mayo, Adolfo Fernández Sainz e Ivan Hernández Carillo, que estariam em greve de fome havia 10 dias. Os jornalistas exigiam comida decente e medicamentos a prisioneiros com doenças graves.

Mayo, chefe da agência de notícias Félix Varela, e Fernández Sainz e Hernández Carillo, ambos da agência Pátria, pararam de comer em 15/8, junto a outros quatro prisioneiros políticos da cidade de Holguin.

A greve de fome foi iniciada por Mayo quando funcionários da prisão se recusaram a permitir que sua esposa lhe desse uma caixa de remédios e comida especial para tratar hipertensão e hemorróidas. Ele disse que pararia de comer até receber comida adequada a sua condição ? o que lhe foi negado ? e recebeu apoio imediato de outros presos políticos. Fontes não-confirmadas disseram que Mayo e Sainz foram transferidos ao ambulatório da prisão, pouco depois de começarem a greve, em péssimas condições.