TELETIPO
A cervejaria belga Interbrew anunciou que não vai mais processar organizações noticiosas para recuperar documentos vazados por uma fonte anônima. A companhia ganhara na Justiça o direito de reaver estes papéis para poder descobrir a identidade do informante, mas, devido à onda de protestos que o fato gerou, preferiu deixar o caso nas mãos da Financial Services Authority (órgão regulador britânico). A Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ) e o grupo Repórteres sem Fronteiras já haviam se manifestado em defesa do Guardian, Times, Financial Times e Reuters. Segundo Kevin Maguire [Guardian, 26/7/02] o secretário-geral da IFJ, Aidan White, chegou a classificar a ação da Interbrew como um ataque "ultrajante e grotesco" à liberdade de imprensa.
O premiê britânico Tony Blair decidiu que vai abrir as reuniões diárias, antes concedidas a portas fechadas somente para a assessoria de imprensa e alguns repórteres políticos, a qualquer jornalista e correspondente estrangeiro que se credenciar. Conta Michael White [The Guardian, 25/7/02] que Blair vem se esforçando para melhorar o relacionamento entre governo e mídia: em junho, ele anunciou a realização de coletivas mensais para a imprensa, à maneira da Casa Branca.
A manchete na capa da Esquire não deixava dúvidas: "Wil S. Hylton em Mazar-i-Sharif". Mas o perfil de um soldado lutando no Afeganistão feito pelo repórter não batia com a versão do jornalista freelance Robert Pelton, que viajou na mesma unidade do entrevistado e sabia que Hylton não estava lá. Em mensagem à revista, ele criticou o título: "Isto se chama m-e-n-t-i-r-a para vocês que parecem não saber a diferença entre ficção e não-ficção." A resposta do Hylton foi breve: "F…-se, sua bichinha." Já o porta-voz da Esquire, Ed Tagliaferri, reconhece que a palavra "em" foi mal utilizada, mas acha que o texto deixa claro que o repórter não esteve lá. Informações de Howard Kurtz [The Washington Post, 29/7/02].