MONITOR DA IMPRENSA
MÍDIA EM MANHATTAN
Na edição desta semana do Columbia Journalism Review, o publisher David Laventhol diz que "mais de 10 mil jornalistas trabalham em Manhattan, o que resulta numa concentração de poder da mídia sem precedentes, mesmo na era da internet".
Segundo a contagem do CJR, há 2.800 jornalistas trabalhando em revistas, 2 mil em jornais e 2 mil em emissoras de TV. Além disso, 1 mil trabalham em serviços noticiosos, 750 em emissoras de TV a cabo, 750 em emissoras de rádio e TV locais, 200 em nova mídia e 500 são free-lance.
O CJR, segundo Paul D. Colford [New York Daily News, 8/3/01], afirma que o poder de mídia local diminuiu nos anos 80, quando surgiram a CNN em Atlanta, Geórgia, e o USA Today, em Arlington, Virgínia. O aparecimento de Washington como centro intelectual foi outro fator de peso à época. Mas com a nova e alta crista da onda em Nova York, a indústria noticiosa local cresceu.
Ao mesmo tempo, a influência do New York Times pode ter minguado na era do ciclo noticioso de 24 horas. Pesquisas do CJR indicam que "o Times geralmente oferece reportagens de manhã após emissoras transmitirem as mesmas notícias no noticiário da noite".
PEOPLE
A popular revista People está deixando de lado seu plano ambicioso de abrir uma loja a varejo no centro de Manhattan, devido à recessão econômica e ao conseqüente aperto no faturamento publicitário. Segundo Seth Sutel [Associated Press, 5/3/01], a desistência mostra que nem as empresas de maior sucesso estão imunes ao amplo corte de gastos que afeta a indústria. A Times Inc., proprietária da People e unidade da nova AOL Time Warner, já apresentou sua fatia de demissões e outras medidas de aperto de cinto.
A revista tem, de longe, o maior faturamento com anúncios entre todas as revistas, absorvendo 723,7 milhões de dólares no ano passado, de acordo com a Publishers Information Bureau, revista sobre a indústria.
A Times Inc. também enfrenta há algum tempo o congelamento de contratações. Segundo Peter Costiglio, porta-voz da empresa, novos empregados terão que passar por aprovações bem específicas. "Estamos bem servidos de funcionários, queremos apenas ser espertos ao adicionar posições e seguir adiante." Até agora, de acordo com Keith J. Kelly [New York Post, 5/3/01], houve apenas demissões marginais de pessoas que ocupavam cargos mais afastados na Times, apesar dos planos de corte de 6 mil funcionários em toda a corporação.
Há rumores de que a Hotdots ? nova revista eletrônica de compras da companhia ? está perigando também. Além desses problemas, ligados à recessão econômica, a indústria de revistas enfrenta há tempos problemas com distribuição, em batalha com vendedores por atacado e serviços postais.
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