Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Alvin e Heidi Toffler

‘Quando o filme americano O Último Samurai chegou, arrogante, aos cinemas japoneses recentemente, o público pareceu gostar. Alguns críticos, no entanto, consideraram o filme de Tom Cruise condescendente em relação aos asiáticos, anacrônico e desfigurado pelo erro histórico.

Os produtores e diretores normalmente negam qualquer intenção política, querendo apenas contar ‘uma boa história’. Mas os filmes, como as novelas, programas de TV e outras formas de comunicação, transmitem ‘mensagens’, queiram ou não seus autores. O conteúdo depende não só das intenções do transmissor, mas também do contexto em vigor de quando e onde elas alcançam o receptor.

O Último Samurai se passa no século 19, trata de um conflito entre as forças modernizadoras de um novo e jovem imperador do Japão e um samurai que quer manter a tradição. Cruise é um conselheiro militar enviado pelos EUA para ajudar a treinar as tropas do imperador. Ele é capturado pelo samurai, que se mostra um homem de enorme integridade, honra, virtude e habilidade com a espada. Como resultado, Cruise passa a admirar o samurai e acaba virando as costas ao imperador e aderindo à causa do primeiro.

Existem, em evidência, algumas mensagens políticas facilmente reconhecíveis.

A mais óbvia, embora talvez não a mais importante, é o antiamericanismo, que está na moda. No filme, Cruise odeia o modo como os soldados americanos tratavam os americanos nativos no Velho Oeste. Pior ainda: os americanos, retratados como rapazes grosseiros, estão vendendo armas para o imperador.

Esta mensagem é tão explícita que sua inserção no filme parece deliberada.

Bem mais interessantes, contudo, são os significados menos óbvios do filme.

Toda palavra tem um sentido claro. Mas toda palavra, em toda língua, também apresenta significados velados ou conotativos, com idéias e emoções adicionais. Este é o território dos fofoqueiros e insinuadores, poetas e políticos.

O samurai neste filme pode, como Cruise disse em entrevistas, simbolizar a integridade, a coragem e o sacrifício. Mas ele também simboliza a violência, a obediência inquestionável à autoridade, a ditadura militar, a submissão das mulheres e o feudalismo.

Como E o Vento Levou, que glorificou as virtudes do sul americano quando sua economia baseava-se na escravidão, O Último Samurai glorifica os defensores do passado feudal contra aqueles que procuravam levar o Japão ao futuro pós-feudal. O Último Samurai embeleza um passado dominado pela pobreza que Tom Cruise desprezaria se fosse forçado a viver nele.

Os vários valores embutidos no filme chegam ao Japão num momento em que, por causa da ascensão da China, o país está sendo forçado a reconsiderar suas atuais alianças, incluindo a antiga relação com os EUA.

Este é o contexto no qual as mensagens do filme serão ouvidas.

Outro contexto – À parte o desdém antiamericano, não há motivo para acreditar que O Último Samurai tenha sido realmente planejado como propaganda. Sua mensagem política parece inadvertida. Em contraste, alguns dos filmes mais importantes e memoráveis da história do cinema foram, de fato, feitos explicitamente com fins de propaganda. As obras clássicas de Serguei Eisenstein, Alexander Nevsky, com música de Prokofiev, e O Encouraçado Potemkin, de 1925 – com sua cena de cortar o coração do carrinho de bebê balançado nas escadas enquanto os soldados czaristas descem disparando seus fuzis -, foram concebidas para reunir apoio para o regime comunista soviético de Lenin e Stalin.

O inesquecível filme de Leni Riefenstahl sobre o comício de Hitler em Nuremberg em 1935, O Triunfo da Vontade, com bandeiras da suástica tremulando ao vento, soldados a passo de ganso e um discurso de Hitler cheio de ódio, foi planejado para promover o nazismo.

Líderes em tempos de guerra rotineiramente recrutam cineastas para demonizar o inimigo, e Hollywood respondeu ao chamado na 2.ª Guerra, com imagens racistas de japoneses subumanos; na guerra fria, com histórias intermináveis sobre espiões comunistas; e mais recentemente com estereótipos de muçulmanos como terroristas.

A enxurrada diária de imagens na mídia é hoje tão grande que cada filme, livro, discurso ou noticiário individual, independentemente da importância, tem de atravessar uma enorme quantidade de ruído de fundo só para ser notado. Isso é responsável por cada vez mais sensacionalismo.

Por essas razões, toda mensagem – em qualquer meio – é reduzida a uma peça única e temporária, como se estivesse num gigantesco mosaico de mensagens que muda constantemente. O trabalho individual, tipicamente, é abafado. Além disso, a mudança no contexto social e político é tão rápida que os significados conotativos das palavras e símbolos não duram muito; perdem a importância e assumem novos significados constantemente.

Tudo isso torna cada vez mais difícil – e não só para os cineastas, mas também para os escritores, oradores, líderes empresariais e, sobretudo, autores de discursos – calcular integralmente os impactos complexos e múltiplos do que eles dizem, escrevem ou filmam.

Finalmente, como O Último Samurai exemplifica, mais mensagens cruzam fronteiras e culturas, e é aqui que as palavras, símbolos e sinais mal compreendidos importam mais.

Armadilhas verbais – Imediatamente depois dos ataques de 11 de setembro, o presidente George W. Bush convocou uma ‘cruzada’ antiterrorista – uma palavra com significados totalmente diferentes para os muçulmanos e para a maioria dos americanos. Nos EUA, pode-se lançar uma cruzada antipobreza, uma cruzada contra a obesidade ou mesmo uma cruzada contra George W. Bush. Para mais de 1 bilhão de muçulmanos no mundo, no entanto, o termo suscita dolorosas lembranças históricas dos cruzados cristãos tumultuando o Oriente Médio no século 12. Como os radicais islâmicos querem desatar a guerra religiosa no planeta, a gafe de Bush forneceu propaganda para sua causa, fazendo parecer que os EUA estão travando uma jihad cristã contra o Islã.

Outra palavra que tem conotações diferentes é aplicada ao próprio Bush. Os europeus anti-Bush o chamam de ‘caubói’, subentendendo que ele é um presidente irresponsável e impulsivo (eles usaram o mesmo termo para presidentes americanos anteriores). Enquanto estas são as conotações para os europeus, para os americanos o termo ‘caubói’ está, no mínimo, carregado de significados positivos. Ele subentende coragem, independência e outras virtudes. A imagem positiva do caubói foi enfiada nas mentes dos americanos por incontáveis ‘westerns’ retratando os heróis positivamente, cujo talento no gatilho é usados para salvar pessoas em perigo.

Hoje os líderes chineses falam da necessidade de ‘estabilidade’ interna apesar da rápida mudança econômica. O termo ‘estabilidade’, em Washington ou Wall Street, é normalmente associado à questão do investimento externo. Os investidores, afinal, tendem a fugir dos países instáveis. Mas a palavra ‘estabilidade’ significa algo muito mais grave e emocional na China, um país onde muita gente ainda se lembra dos milhões que morreram na Revolução Cultural e nos protestos da Praça da Paz Celestial, em 1989. As palavras têm conotações mutantes. E até os produtores e estrelas de cinema precisam tomar todo o cuidado com a Lei dos Significados Imprevistos.’

 

ESTADÃO PREMIADO
O Estado de S. Paulo

‘Empresários saúdam prêmio do ‘Estado’’, copyright O Estado de S. Paulo, 28/01/01

‘A eleição do caderno Economia & Negócios de O Estado de S. Paulo como o melhor do segmento pela 17.ª edição do Prêmio Veículos de Comunicação da Revista Propaganda, da Editora Referência, que publica também o jornal Propaganda & Marketing, foi saudada ontem por empresários de diversos setores da economia brasileira. A eleição do caderno ocorreu menos de um mês após a divulgação de pesquisa global da multinacional de Relações Públicas Edelman apontando o Estado como a principal fonte de referência de executivos mundiais quando o assunto é Brasil, seguido da Agência Estado e do portal Estadao.com.br.

Para o presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Fernando Xavier Ferreira, ‘o noticiário de economia do jornal O Estado de S. Paulo apresenta-se diariamente como um dos mais completos do País, além de ajudar a construir a confiabilidade e credibilidade que são marca do jornalismo do Estadão’.

O diretor-geral da Motorola Brasil, Luís Carlos Cornetta, acentou a percepção de Ferreira: ‘Este prêmio vem confirmar a impressão que sempre tive como assíduo leitor deste conceituado jornal. O caderno de economia do Estadão é completo e veicula informações do meu interesse pessoal e profissional, seguindo uma linha editorial sólida e séria’.

‘O caderno de economia do Estadão é uma boa companhia para quem precisa estar sempre conectado com o mundo dos negócios’, diz o vice-presidente e gerente-geral da Nokia Mobile Phones Brasil, Claudio Fonseca Raupp.

Segundo o diretor administrativo e financeiro da Casas Bahia, Michael Klein, ‘o caderno de economia do Estadão reúne informações de interesse vital para todos os leitores, sejam eles empresários ou não. Neste sentido, ele se torna uma fonte de consulta diária e indispensável para todos aqueles que direta ou indiretamente acompanham os rumos da economia, seja a brasileira ou a mundial.’

‘A informação hoje é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios, principalmente numa economia globalizada como a que vivemos atualmente. O caderno de economia do Estado é essa ferramenta porque traz informações, análises e tendências que o empresariado necessita para sua administração’, diz Ricardo Carvalho, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). ‘Economia em abundância de forma neutra, equilibrada e correta. Isto é o que nos traz o caderno de economia do Estadão’, afirmou Sergio Haberfeld, presidente do Conselho da Câmara Americana (Amcham) de São Paulo.

Para o diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Silvano Gianni, ‘além de ser uma excelente fonte de informação e de orientação, o caderno de economia de O Estado de S. Paulo tem um terceiro grande mérito: dá espaço como nenhum outro grande jornal às causas da pequena empresa.’

O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Luiz Roberto Barradas, afirmou que ‘o prêmio ratifica o que os leitores do Estadão já sabiam: O caderno de Economia & Negócios apresenta os mais variados temas com isenção e profundidade’. Maria Angela Conrado, da Simonsen Associados, destacou que o prêmio ‘é um justo reconhecimento à competência e eficiência dos profissionais do Estado, que se empenham em levar aos seus leitores a melhor versão dos fatos’.

‘O Estadão sempre primou por elaborar reportagens aprofundadas e, muitas vezes, didáticas, acessíveis a qualquer leitor inclusive no caderno de economia, onde o assunto é quase sempre técnico e bastante complexo. É um mérito para a direção do jornal, para editores e repórteres conseguirem informar com precisão. No que diz respeito à telecomunicação, sempre houve cobertura equilibrada, responsável, isenta e fiel ao fato’, diz Carlos de Paiva Lopes, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras do Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix).’