MONITOR DA IMPRENSA
VLADIMIR GUSINSKY
Vladimir Gusinsky, magnata da mídia russa em prisão domiciliar no Sul da Espanha desde dezembro último, foi transferido para uma prisão em Madri para ser levado a julgamento. O governo de Moscou pede sua extradição para que possa responder, na Rússia, por uma acusação de fraude milionária que teria aplicado na empresa estatal de gás do país, a Gazprom.
Proprietário da Media-Most, maior rede de imprensa de oposição ao governo de Vladimir Putin, Gusinsky afirma ser vítima de perseguição política, segundo matéria de Mar Roman, da Associated Press (15/03/01). Diante da corte espanhola, na quinta-feira, dia 15, o acusado defendeu-se das acusações políticas e criminais, ambas necessárias em um processo de extradição. Quanto às criminais, afirmou já ter provado que as dívidas com a Gazprom estariam quitadas. Já em relação às motivações políticas que teriam movido o processo, provar algo seria mais difícil, disse ele, mas as evidências estariam "expostas para todos". Em artigo para a AP (15/03/01), Flora Botsford lembrou das duras críticas da Media-Most ao governo russo durante a Guerra da Chechênia, a tragédia do submarino Kursk e as investigações de corrupção nas autoridades russas, para trazer apenas algumas das "evidências" mais recentes. "O que está em jogo neste caso é a liberdade de expressão e o futuro da mídia independente", acrescentou Gusinsky durante o julgamento.
A corte espanhola não chegou a uma decisão final sobre a extradição, mas determinou que o russo passasse mais uma noite detido para que os juizes pudessem tomar medidas sobre sua segurança.
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