ROLO HISTÓRICO
"É hora de agir", copyright IstoÉ, 12/03/01
"No final da tarde da quinta-feira 8, o palanque em que estava o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) desabou no município baiano de Jequié. Era o quarto tombo de ACM em menos de 24 horas. Um dia antes, ele recebeu uma humilhante descompostura pública da senadora Heloísa Helena (PT-AL) e subiu à tribuna do Senado para tentar negar que tivesse dito a três procuradores da República que sabia quem votou a favor e contra a cassação do mandato do então senador Luiz Estevão (PMDB-DF). ?Chamei Vossa Excelência de canalha porque é a única maneira de o senhor entender e ouvir. O senhor foi muito mal acostumado, assustando gente com síndrome de capitão-do-mato?, berrou. Na manhã seguinte, o perito em fonética Ricardo Molina de Figueiredo apresentou ao Senado uma transcrição do que conseguiu recuperar de uma gravação quase inaudível da conversa do cacique baiano com os procuradores Luiz Francisco de Souza, Guilherme Schelb e Eliana Torelly. Mesmo com diálogos truncados e sem conseguir captar inúmeros trechos perfeitamente audíveis nas outras duas fitas – as ouvidas por ISTOÉ e que teriam sido queimadas por Schelb e Torelly -, a degravação exibida por Molina confirma que ACM e seu assessor Fernando César Mesquita deram dicas ao Ministério Público de como pegar o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas e chegar a FHC. Mostra também que Antônio Carlos mentiu ao plenário quando disse ter certeza de que Heloísa Helena votou contra Luiz Estevão. ?Heloísa Helena votou nele… eu tenho todos que votaram nele?, confessa ACM em um dos trechos da fita periciada. A bola agora está com os senadores: é o momento de agir.
A fita analisada por Molina e outros dois peritos foi gravada a partir do gabinete de Luiz Francisco, separado por uma divisória de madeira da sala de Eliana Torelly, onde aconteceu a reunião com o senador. Sua qualidade é ainda mais prejudicada pelas frequentes superposições de vozes com as secretárias do procurador falando ao telefone. A pedido de Luiz Francisco, na quinta-feira 1?, ISTOÉ entregou a fita a Molina. Na madrugada da sexta-feira, chegaram aos primeiros resultados, com o resgate de 20% do conteúdo das conversas. Com mais seis dias de trabalho, a equipe de Molina avalia que recuperou 75% da fita, de 57 minutos e 51 segundos. Os técnicos, porém, não conseguiram reconstituir trechos inteiros a que ISTOÉ teve acesso em outras duas fitas que registraram cerca de uma hora e 20 minutos de diálogo. É o caso, por exemplo, das acusações desferidas por ACM e Fernando César contra os ministros do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim e Ellen Gracie Northfleet, que nem sequer aparecem na transcrição de Molina.
Luiz Francisco gravou essas duas fitas em um microgravador que escondia no bolso do paletó, com o conhecimento dos outros dois colegas. No final da manhã da quarta-feira 21, ISTOÉ ouviu toda a gravação ao lado de Luiz Francisco. Havia trechos nítidos e outros que foram reconstituídos junto com o procurador. Em uma das fitas supostamente queimadas por Guilherme Schelb, ACM diz que tem uma ?lista? de quem votou contra e a favor da cassação de Luiz Estevão.
Com uma investigação aberta no Conselho de Ética e uma comissão de inquérito para apurar se houve fraude no painel eletrônico, ACM agora nega que tenha uma lista dos votantes para tentar salvar seu mandato. ?Foram feitos levantamentos de quem votava ou não pela cassação. Numa dessas suposições, deduziu-se que a senadora Heloísa Helena tinha votado contra a cassação?, tentou se justificar à revista Época. Não foi apenas com os procuradores que Antônio Carlos se gabou de ter uma relação sobre o destino de Luiz Estevão. Já confessara o mesmo crime a pelo menos um colega de Senado. Motivos não faltavam para que ACM quisesse descobrir como votaram os senadores. Um dos principais era a desconfiança de que estava sendo traído pelo governador de Tocantins, Siqueira Campos (PFL). Ele identificou uma aproximação política do governador com seu arquiinimigo, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), e temia que o atual presidente do Congresso arrastasse para seu lado os votos dos três senadores de Tocantins. Em meio à conversa com os procuradores, ACM aproveitou para dar uma estocada em Siqueirão. ?Lá em Tocantins, o negócio é pesado. Tem até kit para fraudar licitações?, comentou Eliana Torelly. ?É. Lá em Tocantins o Jader está todo enrolado com o Siqueira. Tudo o que tem de irregularidade lá o Jader tá junto?, acusou. O senador baiano nega que tenha dito isso.
Clara intenção – Os dementidos do cacique baiano são um capítulo à parte na confusão gerada por sua visita ao Ministério Público. Primeiro, ele negou que tivesse ido lá e disse que passara na representação do governo da Bahia, que fica no mesmo prédio. Depois deu outra versão. Confirmou que esteve com os procuradores, mas instruiu Fernando César a desmentir que tivesse falado aos procuradores sobre Eduardo Jorge. Mais tarde, foi obrigado a se desmentir novamente. Com base nas fitas e em relatos de Luiz Francisco, ISTOÉ mostrou que ACM deu dicas aos procuradores com o propósito de ?pegar? EJ e chegar a Fernando Henrique. Na transcrição da conversa feita por Molina, esse trecho está truncado. Mesmo assim, fica clara a intenção de Antônio Carlos. ?Por que não quebrar o sigilo de 94??, ele sugere. Em outra passagem captada por Molina, fica evidente que ACM não está falando apenas de sigilo telefônico, como enfatiza Fernando César na conversa. Guilherme Schelb pergunta: ?De 94 para cá?? O senador baiano esclarece: ?Exercício de 94?, numa indicação de que estava tratando de sigilo fiscal. Também fica claro no diálogo na Procuradoria que, seguidos os passos sugeridos por ACM, o governo Fernando Henrique não resistiria a uma apuração sobre Eduardo Jorge.
– O sr. diz que ele não resiste – alfineta Guilherme Schelb.
– O governo – especifica Fernando César.
– E quebrava, o sr. diz o… – insiste Schelb.
– … Fernando – aponta ACM.
Mal na fita, Antônio Carlos tentou desqualificá-la. Disse que a gravação era uma montagem grosseira. Na última quinta-feira, a perícia de Molina lançou por terra também essa alegação.
Paróquia – O terceiro tombo aconteceu dentro de casa. A facada que cravou nas costas de Fernando Henrique na conversa divulgada por ISTOÉ custou a ACM as cabeças dos ministros da Previdência, Waldeck Ornélas, e das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho – substituídos pelo senador José Jorge (PFL-PE) e pelo deputado Roberto Brant (PFL-MG) -, e a degola de dezenas de apadrinhados pendurados em cargos federais. De quebra, perdeu o status de cacique-mor do PFL: seu naco de poder foi loteado entre a turma comandada pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, e o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). ?Hoje, a posição do senador Antônio Carlos é igual à do senador Roberto Requião (PMDB-PR), um trombone isolado na orquestra?, cravou FHC na quinta-feira 8, ao lançar o plano de metas para os dois últimos anos de mandato. Fez mais. Enquanto Antônio Carlos despencava de um palanque em Jequié, no Planalto Fernando Henrique se reunia com os deputados baianos Juthay Jr.(PSDB), Geddel Vieira Lima e Benito Gama, ambos do PMDB, para tirar de novo o chão de ACM.
Amigos de Antônio Carlos de outros carnavais, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, e o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, receberam a tarefa de levar adiante a estratégia do Palácio para dizimar o poder do ex-aliado: levantar todos os cargos controlados pelo senador na Bahia para redistribuí-los a aliados mais fiéis, inclusive do PSDB e PMDB. Para enfraquecer ainda mais ACM, o Planalto tem uma isca apetitosa: quem romper com Antônio Carlos assegura sua fatia no novo bolo. Pelas contas do governo, o senador comanda uma bancada muito menor do que alardeia. Os carlistas não passam de 22 deputados, mas a oposição a ACM na Câmara espera tomar-lhe pelo menos quatro nos próximos dias.
Bateu, levou – FHC está protagonizando uma mudança de estilo. Resolveu bater em ACM e cobrar de assessores e aliados que façam o mesmo. Insatisfeito com as reações pouco duras dos ministros, colocou o dedo na nota assinada por Aloysio Nunes e divulgada na segunda-feira 5. Acusou ACM de ter feito lobby para a liberação de um milionário empréstimo do Banco do Brasil à então falida Prefeitura de São Paulo, na gestão Celso Pitta. De acordo com denúncia de Nicéa Pitta, parte desse dinheiro acabou na empreiteira OAS, empresa do clã dos Magalhães. Isso não é apenas uma reedição da política do bateu, levou. Furioso, Fernando Henrique não perdeu a oportunidade de atacar Antônio Carlos. Dirigentes políticos da base governista têm ouvido cobras e lagartos. Na quinta-feira 8, FHC resolveu tornar públicas algumas das avaliações que reservadamente tem feito de ACM. ?Sem respeito ao devido processo legal, os que se arvoram em moralistas são, na verdade, ditadores disfarçados?, disparou FHC. ?E, ao limpar o entulho, é preciso não confundir quem está limpando com o lixo?, acrescentou.
Guerra de dossiês – Fernando Henrique e seus parceiros políticos preparam-se também para combater ACM num campo em que o senador se julga um craque – a produção de dossiês. Vai mostrar que não há nada mais falso do que a pose do senador paladino da moralidade. Está passando um pente fino nas administrações de todos os apadrinhados de Antônio Carlos. ACM vai experimentar o gostinho do próprio veneno: dossiês de todos os tipos vão começar a despencar sobre a sua cabeça. FHC resolveu mandar a Infraero – a estatal responsável pela administração dos aeroportos em todo o País – fazer, por exemplo, uma devassa nas obras de ampliação do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. Apontada pelo Tribunal de Contas da União como suspeita de irregularidades graves, a obra está sendo tocada pela OAS.
ACM sabe que o caminho que escolheu é cheio de tombos, mas se dá por satisfeito quando consegue arrastar seus desafetos. É o que acontece com Jader Barbalho, atingido com o reaparecimento de cheques na sua conta corrente ligando-o ao desvio de recursos do Banpará (Banco do Estado do Pará) na época em que era governador (1983/87). Para piorar a situação, uma declaração do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, colocou-o na berlinda. Fraga disse que só poderia apresentar o relatório de auditoria do Banpará com a autorização do próprio Jader. A cúpula pemedebista não gostou da estocada e no Palácio o clima foi de mal-estar geral. Na avaliação dos aliados, Fraga deu mais fôlego a ACM. Sob fogo cerrado, Jader divulgou uma nota na quinta-feira apoiando a criação de uma CPI para investigar seus negócios com o Banpará. (Colaboraram: Mário Simas Filho e Mino Pedrosa)"
"A história de uma reportagem explosiva", copyright IstoÉ, 12/03/01
"No final da manhã da segunda-feira 19 de fevereiro, o chefe da sucursal de ISTOÉ em Brasília, Tales Faria, recebeu por telefone a informação de que o senador Antônio Carlos Magalhães estaria na sede da Procuradoria da República no Distrito Federal. Imediatamente, os fotógrafos André Dusek e Ricardo Stuckert correram para lá e ficaram aguardando a saída de ACM, que foi flagrado quando, de carro oficial, deixava o prédio, na companhia do assessor Fernando César Mesquita. Eu e o Andrei Meireles entramos em campo para apurar o que aconteceu no inusitado encontro. Resolvemos investir no procurador Luiz Francisco. Por volta das seis da tarde, eu estava em seu gabinete quando entrou o procurador Guilherme Schelb e contou que, ao se despedir, ACM percebeu um volume no bolso interno de seu paletó, e o apalpou para se certificar de que não era um gravador. ?Fiquei assustado. Ainda bem que ele foi em cima de mim. Se ele vai no Luiz, ia dar um rolo danado?, disse Schelb. Àquela hora nós já sabíamos que Antônio Carlos havia dado o caminho das pedras para os procuradores pegarem o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira e chegarem ao presidente Fernando Henrique. E mais: havia confessado que tinha uma lista com os senadores que votaram a favor e contra a cassação do mandato de Luiz Estevão. Melhor: tudo isso estaria registrado em gravações feitas pelos procuradores, à revelia de ACM. A partir daí, Andrei e eu colamos no Luiz Francisco tentando convencê-lo a nos dar uma cópia das gravações.
O procurador resistiu durante 24 horas, mas na noite do dia seguinte o convencemos a nos deixar escutar a fita. Acertamos um encontro para as 9h30 da quarta-feira 21 na Procuradoria. Chegamos pouco antes da hora marcada e, com ansiedade, o esperamos por duas horas. Quando ele chegou, a adrenalina subiu. Luiz Francisco ameaçou roer a corda: disse que havia dormido mal e estava arrependido do compromisso firmado com a gente. O furo jornalístico estava escapando das nossas mãos. Usamos todo tipo de argumento para demovê-lo. Meia hora depois, aliviados, fechamos um novo acordo com o procurador: ouviríamos as gravações, mas na reportagem não revelaríamos a existência das fitas. Embarcamos no meu carro e fomos para a empresa de um especialista em som para ouvir as fitas. Durante a audição, excitados, fazíamos anotações, enquanto Luiz Francisco tirava dúvidas e explicava as circunstâncias em que os diálogos transcorriam. Sempre que as vozes dos procuradores apareciam em falas embaraçosas, Luiz Francisco pedia para não serem registradas, numa tentativa de evitar a exposição dos colegas. Nas caixas acústicas, as vozes de ACM e Fernando César dando dicas de como pegar Eduardo Jorge e chegar a FHC eram acompanhadas por audível excitação dos procuradores. Nos trechos que tratavam da cassação de Luiz Estevão o clima era de cumplicidade: todos ali eram adversários viscerais do ex-senador brasiliense, o que estimulou Antônio Carlos a fazer confidências, como revelar que tinha uma lista de todos os que votaram a favor e contra a cassação. No embalo, o assessor Fernando César Mesquita também resolveu contar vantagem, descrevendo como atuou nos bastidores da CPI do Judiciário, fazendo vazar informações à imprensa. Mas o que levou mesmo o político e seu assessor ao Ministério Público foi a busca de munição contra o presidente do Senado, Jader Barbalho. ACM e Fernando insistiram em obter uma gravação que estaria com um procurador em Brasília e comprometeria Jader. Queriam também uma fórmula legal para pôr as mãos num relatório do Banco Central sobre operações de Jader com o Banco do Pará. Saímos de lá eufóricos.
Na quinta-feira, chegava às bancas a explosiva edição de ISTOÉ – com uma transcrição jornalística da conversa -, que causou a queda de dois ministros da cota pessoal de ACM e abriu uma crise no Ministério Público. Àquela altura, as gravações de boa qualidade já não estavam mais nas mãos de Luiz Francisco. Pressionado, ele as entregou a Eliana Torelly. Depois se arrependeu de ter aberto mão das provas da conversa com ACM e nos procurou dizendo que tinha uma outra fita, mas ela era absolutamente inaudível. Pensei logo no perito Ricardo Molina e nos oferecemos para intermediar o envio da fita a Campinas. Liguei para o Mário Simas Filho, editor da revista em São Paulo, que conhece o perito de outras reportagens sobre casos polêmicos como o massacre de Eldorado do Carajás e o assassinato de PC Farias. Pedi ao Mário que entrasse no circuito.
O Josiel, assistente de produção da sucursal, embarcou logo depois para São Paulo com a fita inaudível. Mário fez contato com Molina. Perguntou-lhe sobre a possibilidade de fazer uma perícia em uma fita completamente inaudível e levou a gravação para ser analisada em Campinas. Na quarta-feira 28, Andrei e eu embarcamos para São Paulo, ainda sem saber se era possível tornar a fita audível. Foram dois dias de tensão e expectativa. Compensou. Na madrugada da sexta-feira 2 nós três colamos os ouvidos num gravador da redação, que repetia exaustivamente trechos de uma cópia de uma gravação bem inferior à que Molina apresentou seis dias depois aos senadores. A fita original já estava em Brasília com Luiz Francisco, que a repassou ao procurador-geral, Geraldo Brindeiro."
"Para revista, não existe divergência em versões", copyright Folha de S. Paulo, 9/03/01
"O diretor da sucursal de Brasília da revista ?IstoÉ?, Tales Faria, disse à Folha que não há divergência entre o teor da fita da conversa entre o senador Antonio Carlos Magalhães e três procuradores da República apresentada pelo perito Ricardo Molina e a publicada pela revista.
Faria diz que a ?IstoÉ? teve acesso a uma fita com melhor qualidade de som, que foi destruída pelos procuradores. Por isso, segundo o diretor da sucursal da revista, há trechos que não aparecem na transcrição feita por Molina.
?Não tem coisas que a ?IstoÉ? colocou. Não tem. Mas divergências?, disse.
?Ela prova que houve a conversa, que o assunto foi tratado, que ele (ACM) disse ter os votos de todos os senadores e que a Heloísa Helena (PT-AL) votou no Luiz Estevão?, disse Faria, referindo-se a um dos pontos polêmicos da conversa entre o senador e os procuradores, que detonou mais uma crise na base aliada.
Na versão publicada pela revista, o senador Antonio Carlos Magalhães afirma aos procuradores que, se o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge fosse ?pego?, o presidente Fernando Henrique Cardoso também seria. Essa parte não aparece na versão de Molina.
Lista
Segundo Faria, é acessório discutir se há ou não a palavra ?lista? na conversa, como foi publicado pela revista. Segundo a versão da ?IstoÉ?, ACM teria dito que tinha uma lista com os nomes de todos os senadores que votaram a favor e contra Luiz Estevão.
?Gostaria de enfatizar que não há divergência. Está havendo uma competição tola. Nosso compromisso de imprensa, de todos nós, jornalistas, é com o leitor. Portanto, é um compromisso com a verdade?, afirmou ele.
?Não podemos deixar de discutir os aspectos principais da questão para ficar discutindo acessório, se tem ou não a palavra lista?, avaliou Faria."
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