Edição de Marinilda Carvalho
Vivemos uma era de traumas, na cidade, em casa, na profissão. Um mesmo jornalista, morador do Rio, três décadas e pouco de carreira, na mesma semana pode ser espectador de tragédias próximas ? os seqüestros do Jardim Botânico, de Santa Teresa e de Niterói, que resultaram em três mortes; ver-se acusado por um leitor de ser um jornalista indigno, porque seu salário provém de patrocinadores como Volkswagen, Telefônica, Embraer, Brasmotor ? e aos 53 anos se perguntar estupefato: para ter salário digno é preciso ser pago por quem? E, por fim, ter o vidro do carro atingido por uma bala perdida.
Traumas, traumas.
Fora isso, o leitor merece uma explicação: muitas mensagens foram perdidas nas últimas três semanas por conta de uma simplória mudança de endereço desta encarregada da caixa postal do Observatório. Mudar aqui no Rio é pecado mortal, e que merece punição exemplar. Esta é a política da Telemar, para quem não faz diferença se telefone é instrumento de trabalho de um cidadão. Simplesmente não há linha disponível, e administrar centenas de mensagens pelo webmail não é fácil.
Só resta pedir perdão a quem escreveu e não leu.
Gostaria muito de ver no programa Observatório da Imprensa uma discussão sobre a imprensa de cabresto praticada no interior de São Paulo. Sou jornalista em Marília e como eu vários profissionais daqui ficam indignados com a forma como o jornalismo é feito aqui (como é claro em várias cidades do país). O prefeito detém o poder em todos os veículos de comunicação locais (as rádios e jornais que não comprou ele sustenta financeiramente) e com isso os jornais parecem diários oficiais. Até quando nós profissionais teremos que conviver com isso???
Fotomontagem ? Alberto Dines
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