Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Aposta no visual

TELETIPO

Carol Marin, que ganhou os maiores prêmios do telejornalismo americano e quase morreu na cobertura do ataque ao World Trade Center, está fora do programa 60 Minutes II, da CBS News. “Eles se tornaram um luxo que não podemos pagar”, disse em fevereiro o chefe do canal, Andrew Heyward, referindo-se também aos dois produtores que trabalham com Carol. Por sorte, sobrou US$ 1 milhão para a contratação de Lara Logan, ex-modelo de maiôs que era correspondente de uma rede britânica. Na cobertura que fez da Guerra no Afeganistão, gerou polêmica com suas saias curtas e decotes longos. O Chicago Sun-Times [5/6/02] lembra o título da matéria que um tablóide londrino na ocasião com militares queixando-se da jornalista: “Guarde estas bazucas, Lara.”

A emissora ABC, para ira do reverendo Jerry Fallwell e observadores de mídia conservadores, sobrepôs com um “bipe” a fala da apresentadora do programa The View, Meredith Vieira, quando ela pronunciava a palavra “Jesus”. “Sim, e obrigado, obrigado a você, Jesus, é tudo que tenho a dizer”, disse Meredith, comentando o fim das pesagens diárias de outra apresentadora, Joy Behar, que está em dieta. O programa sem a edição foi transmitido ao vivo para a maior parte do país, mas “Jesus” acabou sendo eliminado na versão gravada exibida para a Costa Oeste. Segundo porta-voz da emissora, o nome de Cristo só pode ser usado de forma “devota e respeitosa” no ar, o que teria motivado seu corte. Star Jones, que também apresenta The View, disse que “foi estúpido colocar esse bipe”. A AP [6/6/02] destaca que o incidente aconteceu numa época em que os canais estão cada vez mais liberais com relação a linguajar e conteúdo.

O Kuwait manteve a sentença de morte do tenente-coronel Khaled al-Azmi, acusado de matar a jornalista Hidayat al-Salam a tiros, em seu carro, parada num sinal vermelho. O provável motivo foi matéria da repórter sobre a tribo do policial. Ela escreveu que as dançarinas da tribo al-Awazen, que sua família costumava contratar quando era criança, faziam movimentos que eram “pura tentação e sugestão sexual”. Al-Azmi será enforcado caso a Justiça não mude o veredicto. As informações são da BBC [8/6/02].

Os Repórteres Sem Fronteiras enviaram pedido às autoridades da Rússia para que seja feita investigação do assassinato do jornalista Alexander Plotnikov, co-proprietário de um jornal regional da cidade de Tyumen, na Sibéria. A morte parece estar relacionada com uma disputa entre os sócios do diário. De acordo com os Repórteres Sem Fronteiras, os outros proprietários do jornal converteram todas as ações em dinheiro, que depositaram em contas particulares, e deram início ao processo de fechamento da empresa. Plotnikov se opôs legalmente ao procedimento e ganhou. Segundo a AP [3/6/02], ele tentava reaver suas ações, mas foi barrado pelos sócios quando quis entrar no prédio do jornal. No dia em que foi morto, ao que tudo indica, planejava nova tentativa de visitar seu escritório. Grupos de defesa da liberdade de imprensa contabilizam 36 jornalistas russos assassinados ou mortos em circunstâncias suspeitas nos últimos dois anos e meio.