CUBA
O documentário Suite Habana, de Fernando Perez, foi a sensação da temporada na sala Charles Chaplin da capital cubana. O surpreendente é que ele não foi censurado por Fidel Castro, mesmo mostrando a dureza da vida cotidiana de 12 "habaneros". Ao contrário, foi considerado pelo diário oficial Granma "um dos mais importantes filmes da história do cinema cubano".
Segundo reportagem da Reuters [29/7/03], a visão do governo é de que a obra mostra o estoicismo com que a população enfrenta as conseqüências do bloqueio de quatro décadas imposto pelos EUA.
Uma senhora de 79 anos que vende amendoins para complementar sua renda e um médico que trabalha como palhaço após o expediente estão entre os personagens que encheram de lágrimas os olhos do público, que viu na tela um retrato de seu dia-a-dia. O próprio diretor lembra que tomou banho de balde durante oito anos, assim como o fazem atualmente algumas das pessoas de seu filme.
Filho de carteiro, tem salário de 400 pesos (cerca de R$ 45) pago pela agência estatal de cinema. Como Suite Habana foi rodado em parceria com a produtora espanhola Wanda, Perez recebeu um bônus em dólares pelo seu trabalho. Internacionalmente, o longa estreará em setembro no festival de San Sebastian, na Espanha.