QUALIDADE NA TV
FRACASSO
Há, segundo Bill Carter [The New York Times, 12/3/01], uma lição de parágrafo único para essa temporada na TV: estrelas não trabalham. A pilha de séries naufragadas especializadas no estrelato cresceu na semana passada, quando a grande bola da vez, Bette Midler, deu fim oficial a sua série na CBS (no Brasil, transmitida pelo canal a cabo Sony), juntando-se a nomes ilustres como Michael Richards, John Goodman e Gabriel Byrne. E o tornado ameaça sugar Geena Davis, cuja comédia ainda está na ABC (no Brasil, também transmitida pela Sony).
O legado de tantos shows dirigidos por astros parece confirmar a convicção de alguns produtores de que construir uma série em torno de artistas consagrados é um convite caro e certo ao fracasso. Como diz Preston Beckman, da Fox, "a TV faz estrelas; estrelas não fazem TV".
Antigamente, astros, pelo simples fato de aparecerem, podiam fazer um show estourar na audiência. Hoje, com tantas opções na TV, os telespectadores estão ficando mais seletivos. Além disso, personalidades teimam em assinar contrato antes e decidir que show vão fazer depois, quase sempre uma receita de desastre. O mais importante, no entanto, envolve a TV em seu nível mais cru: o comercial. "Geralmente o que estrelas querem fazer não é comercialmente interessante", disse um veterano executivo de programas de TV.
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