MONITOR DA IMPRENSA
PROFISSÃO PERIGO
Segundo "Ataques à Imprensa 2000", documento anual do Comitê para Proteção de Jornalistas, 24 jornalistas foram mortos em serviço no ano passado, muitos dos quais assassinados em represália a seu trabalho em países como Bangladesh e Uruguai.
O maior número de mortes foi registrado na Colômbia, na Rússia e em Serra Leoa, com diversos conflitos e os assassinatos de três jornalistas em cada país. "Quase nunca há justiça envolvida nesses casos", afirma Ann K. Cooper, diretora-executiva do comitê defensor da liberdade de imprensa. "O povo aprendeu que pode fugir ao matar um jornalista."
Reportagem de David Ho [The Associated Press, 19/3/01] afirma que 34 jornalistas foram mortos em 1999. Em Serra Leoa, os jornalistas foram assassinados em maio por rebeldes da Frente Revolucionária Unida, grupo de oposição ao governo. Na Colômbia, as vítimas foram radiojornalistas, nos últimos três meses do ano, por suas críticas ao governo e à direita armada e por suas denúncias de corrupção. Na Rússia, foram mortos dois fotógrafos na cobertura do conflito na Chechênia, e um repórter do Novaya Gazeta, importante jornal russo, por um agressor desconhecido.
O comitê também divulgou vasta relação de ataques a jornalistas, incluindo centenas de profissionais censurados ou agredidos e 81 presos em serviço. A China é o país com o maior número de jornalistas presos: 22, muitos dos quais por publicações na internet.
MÍDIA NA MALÁSIA
Mohamed Dzaiddin Abdullah, principal juiz da Malásia, defendeu a redução dos processos por difamação nos tribunais do país, afirmando que a recente onda de altas multas pode ameaçar a liberdade de imprensa. Segundo ele, os juízes deveriam "ponderar" sobre esse tipo de causa, especialmente quando envolve a mídia. "Concordo que a liberdade de expressão não dá direito à difamação, mas a lei contra a difamação também não dá direito a destruir a liberdade de expressão", disse.
Ações de difamação na Malásia são as mais numerosas entre as 54 ex-colônias britânicas, , segundo a Associated Press (18/3/01). O Conselho Forense da Malásia sugere novas leis que limitem o número de julgamentos e de ações por difamação, muito superior ao das causas por danos físicos.
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