V-CHIP
Há cinco anos, durante a campanha para a reeleição, o presidente Clinton pediu ao Congresso que exigisse dos fabricantes de TV a instalação de V-chip, dispositivos que permitem aos pais bloquear programas considerados inadequados para crianças. Tal medida, nas palavras do presidente, capacitaria os pais "a assumir maior responsabilidade sobre a educação de seus filhos". Em fevereiro de 1996, o Congresso transformou o pedido em lei. Os V-chips devem estar, atualmente, em 50 milhões de televisores. Mas, pergunta Jim Rutenberg [The New York Times, 25/7/01], quem os está usando?
Uma pesquisa, feita pelo grupo de saúde pública Henry J. Kaiser Family Foundation, que monitora a mídia, informa que o uso do V-chip é muito baixo. Baseada em amostra de 800 pais, a fundação estimou que 40% das famílias americanas têm atualmente ao menos uma TV com o V-chip. Desta porcentagem, metade dos entrevistados não sabiam que tinham o dispositivo e, dos que sabiam, apenas um terço declarou usá-lo. A conclusão é que, no total, apenas 7% dos pais usam o chip, embora a pesquisa mostre que a maioria está preocupada com cenas de sexo e violência na televisão.
Para a Kaiser Family Foundation, o problema é a falta de informação. Para anunciar o V-chip, depende-se justamente das redes que o uso do aparelho pode restringir. É por isso, alegam, que as principais estações de TV e canais a cabo não transmitem anúncios sobre o V-chip, e a lei não os obriga a fazê-lo. Outro problema, apontado pela pesquisa, é que o chip é ajustado de acordo com as classificações de programas fornecidas pelas próprias redes que os transmitem. Não há um sistema universal de classificação: algumas redes descrevem a idade apropriada e outras, o conteúdo dos programas. Tais classificações são também importantes para os pais ? segundo a pesquisa, mais de 50% das famílias se baseiam nelas para escolher a programação de seus filhos.