Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Bastidores de matérias que mudaram o país

JORNALISMO INVESTIGATIVO

[do release da editora]


Jornalismo Investigativo, de Dirceu Fernandes Lopes e José Luís Proença (orgs.), 210 pp., Editora Publisher Brasil, São Paulo, 2003; <www.publisherbrasil.com.br>; R$ 30,00


Resultado de uma série de entrevistas realizadas por estudantes de mestrado e doutorado da Universidade de São Paulo (ECA-USP) com os importantes repórteres brasileiros, sob orientação dos professores Dirceu Fernandes Lopes e José Luis Proença, o livro Jornalismo Investigativo já nasce como uma obra de referência tanto para estudantes como para profissionais da área de comunicação. Ele revela os bastidores, as técnicas e as preocupações éticas dos autores de algumas das mais discutidas reportagens realizadas nos últimos tempos em periódicos brasileiros. Até por isso, não é um livro restrito a quem tem interesse especial pela área de comunicação.

Entre os entrevistados estão Bob Fernandes, Caco Barcellos, Fernando Rodrigues, Gilberto Nascimento, José Arbex Jr., Mario Sergio Conti, Percival de Souza, Raimundo Pereira, Ricardo Kotscho, Roberto Cabrini e Willian Waack.

 

José Coelho Sobrinho (*)


Apresentação de Jornalismo Investigativo, de Dirceu Fernandes Lopes e José Luís Proença (orgs.), 210 pp., Editora Publisher Brasil, São Paulo, 2003; <www.publisherbrasil.com.br>; título da redação do OI


"Se tivesse de decidir em ter governo sem jornais, ou jornais sem governo, não hesitaria um momento em preferir a ultima alternativa", disse certa vez o terceiro presidente norte-americano, Thomas Jefferson, revelando a sua opção contra a censura.

Atualizando o contexto dessa frase, pode-se considerar que ela vai alem da condenação da censura. Ela confere a instituição Imprensa o dever de perseguir princípios de ética e de cidadania, por se tratar de um poder paralelo ao instituído pela sociedade para governar as relações entre os cidadãos. O seu compromisso e com o interesse publico, porque ela deve assumir a delegação implícita que lhe concedem os que acompanham os fatos jornalísticos que ela elege e divulga.

Mesmo considerando que "todo jornalismo é, em principio, investigativo, porque, caso contrario, não é jornalismo", como disse Carlos Chagas em palestra no seminário "Imprensa Investigativa: sensacionalismo e criminalidade", não se pode negar que os métodos de apuração do chamado Jornalismo Investigativo, assunto deste livro, guardam características próprias. Ele se caracteriza por pautar fatos jornalísticos com características determinantes quanto a sua importância em grau e número para a sociedade onde circula a notícia.(…)

E desse fiel de balança que trata a obra dos professores Dirceu Fernandes Lopes e Jose Luiz Proença, do Núcleo de Jornalismo Comparado do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP. Resultado de uma disciplina de pós-graduação ministrada em 2001, o livro-texto reúne artigos de mestrandos e doutorandos que, durante um semestre letivo se debruçaram sobre o assunto para oferecer a estudantes e profissionais de jornalismo uma coletânea equilibrada e articulada sobre essa pratica jornalística.

(*) Professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo