Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Bia Abramo

APRESENTADORAS DE TV

"Apresentadoras são espécie midiática nova", copyright Folha de S. Paulo, 6/07/03

"As apresentadoras Adriane Galisteu (?É Show?, Record) e Luciana Gimenez (?Superpop?, Rede TV!) são uma espécie nova no panorama midiático. Não são as primeiras, nem serão as últimas, mas talvez elas sejam hoje o produto mais típico da moderna máquina de criar celebridades. Antes, a TV criava os ?famosos? -atores e atrizes, apresentadores(as), cantores(as), artistas em geral e até jornalistas. Mais recentemente, a TV serve muitas vezes apenas de vitrine para exposição dessas celebridades ?ready-made?, ou seja, aquelas que se anunciam como tal.

A tais celebridades cai como uma luva o epíteto que caracterizava a Viúva Porcina (?Roque Santeiro?), ?aquela que foi sem nunca ter sido?. Porcina era viúva sem nunca ter casado; Adriane Galisteu e Luciana Gimenez são celebridades que nunca fizeram e nem ao menos foram nada de célebre. Ambas despontaram para a mídia pela proximidade de namorados muito famosos e orquestraram um circo de exposição que, da noite para o dia, as transformou, por sua vez, em famosas. Mas famosas o quê?

Sem credenciais de fato, elas chegaram à televisão munidas apenas de seus predicados e da urgência em retroalimentar a fama. O preço a pagar nesse pacto é a eterna desconfiança -será que a fama é mesmo merecida?- e a consequente necessidade de demonstrar que a notoriedade vem de talentos e capacidade reais, não apenas da sorte -e quer melhor do que um programa de auditório para isso?

Em primeiro lugar, há o auditório. Devidamente estimulado por luzes, câmeras, brindes e pelo próprio fato de estar na televisão, os aplausos, risadas e gritos que vêm da platéia confirmam e inflam o ego dos apresentadores e como que criam uma bolha de aprovação incondicional.

Em seguida, o lugar central representado pelo apresentador, que detém a posse do microfone, ?recebe? os convidados e conduz as conversas, introduz as chamadas atrações, como que justifica, às avessas, a proeminência daquele nome -ela apresenta um programa sozinha, logo, ela deve ser boa (talentosa, comunicativa, simpática, o que quer que sejam os pré-requisitos imaginados para ocupar esse posto).

Nem interessa se são ou não, o que importa é que seus programas tresandam a essa inversão -uma pessoa que se fez famosa ganha um programa de televisão para tentar mostrar que, de fato, merece ser uma celebridade- da ordem direta -um programa bem-sucedido pressupõe um bom apresentador que, por isso, torna-se popular e famoso.

Cada uma à sua maneira, Adriane Galisteu e Luciana Gimenez suam a camisa e o pancake no vídeo para mostrar que são, de fato, algo que inventaram ser. Só que carisma não se inventa."

 

TV DIGITAL

"Simulacro Digital", Editorial, copyright Folha de S. Paulo, 6/07/03

"A distinção entre dimensões políticas e técnicas, em qualquer ministério, embora sempre difícil, está tornando-se, no caso das Comunicações, quase impossível.

Ao discutir o modelo de TV digital para o Brasil, o ministro Miro Teixeira, que se notabilizou pelo embate com a Anatel, tenta simular um papel de mediação análogo ao que a agência tenta desempenhar.

O site do ministério estampa o selo ?TV Digital?, que conduz o interessado a uma página com minutas antigas e novas de decretos e exposições de motivos. E anuncia que, para tornar a discussão mais ampla, várias instituições, entidades e empresas estão subsidiando o ministro das Comunicações.

O texto do site convida todos os setores para um debate sem regras, mas anuncia que vai tornar disponíveis apenas os documentos ?entregues pelas empresas?. Registre-se que na página há só um pequeno esquema feito pelo CPqD e pelo Instituto Genius, da empresa Gradiente.

As audiências da Anatel têm regras e cronogramas. Estão sujeitas a demandas judiciais. Não é o caso da página virtual do MC sobre TV digital.

A documentação do próprio ministério evidencia que seu maior esforço, até aqui, foi articular participantes de um ?Grupo Executivo do Projeto Televisão Digital? (GET).

Na versão de abril, o grupo era mais restrito. A que foi ao ar no final de junho inclui o Instituto Nacional de Telecomunicações, de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. Seria uma influência do vice-presidente da República. Surgiram, também, vagas facultativas para o Congresso Nacional, a Anatel e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.

Fazendo uma caricatura das audiências públicas da Anatel, alterando casuisticamente a composição do GET e publicando apenas documentos oficiais e propostas de empresas, o Ministério das Comunicações contribui pouco para tornar mais legítimas e tecnicamente consistentes decisões cruciais para o futuro do país."

 

TV GLOBO

"Globo abre o arquivo e lança 19 novos DVDs", copyright Folha de S. Paulo, 5/07/03

"A TV Globo descobriu que seu arquivo é um bom negócio. A Globo Vídeo, seu braço para DVDs e fitas VHS, estreou no mercado em 2001 com apenas dois títulos. Em 2002, lançou 12 obras. Até o final deste ano, colocará nas prateleiras 26 novos títulos, 19 deles em DVD, que mesclam produções atuais e antigas.

Segundo José Luiz Bartolo, diretor da Globo Vídeo, o primeiro pacote de ?Sítio do Picapau Amarelo?, de 2001, já vendeu 250 mil fitas. O primeiro volume de ?Os Normais? atingiu 30 mil DVDs.

Bartolo aposta no potencial de vendas de DVDs players para ampliar o ?círculo de extensão de vida do conteúdo da TV?. Segundo o executivo, há 22 milhões de lares com videocassete no país, que tendem a substituir o aparelho por DVDs players, cujas vendas vêm dobrando a cada ano (foram 2 milhões em 2002).

Dos 26 títulos que a Globo irá lançar até dezembro, sete, em VHS, são para o público infantil. Entre os próximos DVDs estão as minisséries ?Os Maias?, ?A Casa das Sete Mulheres? e ?Anos Rebeldes?, compilações do humorístico ?TV Pirata? e dos 30 anos do ?Fantástico? e ?Carga Pesada?."

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"Aos 40 anos, Globo muda grade em 2005", copyright Folha de S. Paulo, 3/07/03

"A TV Globo deu o pontapé ontem de manhã, numa reunião entre cerca de 90 executivos, no megaprojeto comemorativo dos 40 anos da emissora e que irá trazer mudanças significativas na programação de 2005.

O projeto, intitulado ?TV Globo Ano 40?, irá envolver todas as áreas e formatos de programas da emissora, criar uma nova programação visual e gerar subprodutos como shows, CDs e DVDs. Em 2005, todos os programas da Globo terão que representar de alguma forma os 40 anos da emissora, a serem comemorados em 26 de abril daquele ano.

Na reunião de ontem, Octavio Florisbal, diretor-geral interino da emissora, afirmou que a programação de 2005 terá quatro tipos de conteúdos festivos: reprises, recriações (novas versões de antigos formatos, como já ocorre com ?A Grande Família?), remakes (a regravação, por exemplo, de uma novela ou minissérie) e programas inéditos.

Florisbal disse que até o final deste ano todos os diretores e autores da casa terão que apresentar propostas de programas. No primeiro semestre de 2004, os projetos selecionados serão escritos e orçados. Os primeiros começam a ser produzidos no segundo semestre do ano que vem. A programação comemorativa entra no ar no primeiro minuto de 2005.

O jornalismo também será mobilizado, produzindo especiais sobre sua história da emissora."

 

TV BANDEIRANTES

"Band muda programa por 450 anos de SP", copyright Folha de S. Paulo, 7/07/03

"A partir de setembro, o horário local do ?Melhor da Tarde?, entre 13h e 15h, deixará de ser dedicado a fofocas e passará a ser um programa com competições entre bairros, gincanas escolares, histórias e dicas sobre São Paulo.

A mudança será a parte mais visível ao telespectador do conjunto de ações da Band para comemorar os 450 anos de São Paulo, em janeiro de 2004. Assim como a Globo (que terá uma minissérie) e o SBT (que lançou na semana passada 12 projetos promocionais), a Band também prepara um pacote pela efeméride.

?São ações, já apresentadas à prefeitura, que valorizam a cultura e o lazer e recuperam a auto-estima do paulistano?, diz Celso Tavares, diretor de programação.

O ?Melhor da Tarde? será uma espécie de catalisador dessas ações. Até 25 de janeiro, estão previstos um concurso de novos talentos de música, teatro e humor, uma gincana entre escolas e um campeonato de futebol amador.

O projeto da Band também inclui a restauração de monumentos públicos e a montagem de uma árvore de Natal gigante na torre da emissora, que tem 212 metros. Vinhetas e programetes sobre São Paulo, entre eles uma animação com dois personagens paulistanos (Mano Sampa, jovem da periferia) e Paulinha (mestiça de italiano com japonês) completam a programação, que se encerra em 25 de janeiro com um show na avenida 23 de Maio."