THE WASHINGTON POST
Em sua coluna de 8/9/02, o ombudsman do Washington Post, Michael Getler, responde a reclamações de leitores que chegaram durante seu período de férias. Causou polêmica o artigo de moda de 30/8 em que o crítico Robin Givhan ataca energicamente o traje da tenista Serena Williams em sua estréia no US Open. Sobre o macacão preto justo acompanhado de bracelete de US$ 29 mil que ela ganhara de Harry Winston, o jornalista escreveu que a atleta tinha propensão "a escolher roupas mais apropriadas para moças com outra profissão", entre outras ironias.
Os leitores se irritaram com a insinuação de que Serena "seria uma prostituta e sua roupa seria desenhada por um cafetão", como dizia uma das reclamações. Algumas pessoas viram um grau de racismo nas observações (a tenista é negra).
"Givhan &eaeacute; um escritor forte, e isso foi, obviamente, coisa pesada", observa Getler, que conclui: "Mas minha visão é de que ele não ultrapassou os limites. Serena é a tenista número um do mundo. Ela é especial, como disse Givhan, e está ajudando a transformar a natureza do tênis feminino. ?Mas seu macacão preto apertado era o equivalente estilístico de uma provocação. Tinha aparência brega. E isso lhe foi um desserviço.? Pode-se discordar, mas isso não está fora dos limites das críticas de moda".
Outro problema que leitores apontaram foi que o Post teria dado pouco destaque à Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável que se realizou na África do Sul. A cobertura teria sido boa, mas nenhuma matéria ganhou a primeira página, exceto quando o secretário de Estado Colin Powell foi vaiado durante discurso no último dia do evento. Para quem reclamou, ficou a impressão de que o jornal seguiu a postura da administração Bush de não dar importância a um evento que reuniu 40 mil pessoas e quase cem líderes mundiais.