GRAMPOS NA BAHIA
Luiz Antonio Magalhães
No último fim de semana, duas das três revistas semanais de circulação nacional dedicaram suas capas ao caso dos grampos na Bahia, cuja suspeita de autoria recai sobre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL). No mesmo domingo (16/2) em que as revisas chegavam às bancas baianas, a manchete da versão para a internet do Correio da Bahia ? "Inverno Quente" (sobre a moda outono/inverno), refletia bem a temperatura dos dias vindouros, pelo menos para o proprietário do jornal, que vem a ser o próprio senador suspeito da fraude telefônica. Resta saber se o coronel terá fôlego para agüentar as altas temperaturas até o inverno. Talvez sucumba antes.
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As reportagens sobre o caso dos grampos que saíram nas revistas semanais (Veja, IstoÉ e Época) trataram a advogada Adriana Barreto, que denunciou a participação do senador no episódio, como "antiga amiga" (Época) ou "ex-namorada" (IstoÉ e Veja) de Antonio Carlos Magalhães. Os leitores das três publicações também ficaram sem saber que o cacique baiano é casado e que o affaire, confirmada a versão de Adriana, foi um caso extraconjugal. Curiosamente, Veja e Época relataram que a advogada deixou Magalhães por um outro homem, o advogado Plácido Faria. Sobre o atual marido da advogada, aliás, as revistas nem titubearam, explicando com detalhes que na época do romance com a "ex-amiga", Plácido, este sim, era um homem casado. Para quem conhece o afã sensacionalista das revistas semanais, não deixa de ser significativo que nenhuma delas tenha se arriscado a chamar dona Adriana de "ex-amante" de ACM.