Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Carioca entre os quatro vencedores

PRÊMIO CABOT

Foram anunciados no dia 1o/7 os quatro vencedores do prêmio Maria Moors Cabot 2003, concedido pela Universidade de Colúmbia e dirigido ao jornalismo latino-americano.

Os premiados foram o carioca João Antonio Barros, repórter especial de O Dia, pela investigação da corrupção policial no Rio de Janeiro na última década; Raul Kraiselburd, editor do argentino El Dia, por reportagens sobre repressão política e a morte do pai e do filho; Mac Margolis, correspondente da Newsweek internacional, pela cobertura de cultura, política e ambiente no Brasil nos últimos 20 anos; e Michael Reid, editor de assuntos americanos para a revista The Economist, pela cobertura da América Latina por 20 anos e por servir de guia para os repórteres que cobrem a região.

Uma revista cubana, La Sociedad de Periodistas Manuel Marquez Sterling, foi especialmente citada pela coragem e o profissionalismo. A publicação tem dois anos de vida e publicou duas edições desde que vários integrantes de sua equipe foram presos e condenados na recente repressão a dissidentes em Cuba.

Segundo a AP [1o/7/03], o prêmio é dedicado a repórteres e editores que, “com sua cobertura, demonstraram compromisso com a liberdade de imprensa e a compreensão interamericana”, conforme comunicado oficial de Colúmbia. Cada vencedor receberá medalha, US$ 5 mil e viagem a Nova York para a cerimônia de entrega.

 

SAN DIEGO UNION-TRIBUNE

A ombudsman do diário americano San Diego Union-Tribune [30/6/03] recebeu diversas reclamações de leitores sobre matéria intitulada “Bomba mata quatro palestinos”. O motivo é que o título não deixava clara parte importante da notícia: os próprios palestinos que manuseavam o explosivo. A linha-fina (“Sharon afirma que assentamentos judeus ainda podem ser construídos”) omite a informação, bem como lista de informações relevantes em destaque à direita do artigo. O fato só é elucidado no primeiro parágrafo do texto. Deste modo, leitores que vêem somente as manchetes poderiam ser induzidos a pensar que a bomba teria sido detonada por israelenses.

Mike Sappington, copidesque do Union-Tribune, admite que a combinação de chamadas não foi a melhor possível. Já Todd Merriman, editor-sênior de notícias, responde que parte das reclamações se baseia em dois pressupostos incorretos. “O primeiro é a noção de que relativamente poucas pessoas entre as que olham a manchete lêem também os primeiros parágrafos da reportagem. Nossos estudos de mercado mostram de modo consistente que 50% a 60% dos leitores dizem que lêem a primeira página integralmente”, aponta. “Em segundo lugar está a suposição de que podemos escrever títulos 100% à prova de idiotas. Jornal é como a maioria dos produtos, para os quais o uso apropriado requer algum pensamento e esforço crítico.”