KMART
A Kmart, gigante rede varejista dos EUA, informa que, apesar de estar em processo de falência, manterá seu encarte semanal de 10 páginas em jornais de todo o país, num gasto anual de US$ 171 milhões (dado de 2000). Essa notícia, que deveria tranqüilizar os editores que dependem, e muito, do dinheiro da rede, está, no entanto, sendo vista com apreensão, relata Gretchen Parker (AP, 31/1/02).
A imprensa, bem como toda a economia americana, está em recessão, e a perda de um único anunciante ? quanto mais do oitavo maior do país ? pode ser um duro golpe. "Se a Kmart não conseguir sobreviver, haverá um grande impacto nos jornais", preocupa-se Lynn Dickerson, editor do Modesto Bee, da Califórnia.
Após queda de, em média, 8,6% na receita com anúncios, o temor dos editores é que, se a Kmart fechar, as outras lojas poderão também reduzir seu gasto com publicidade. "Quanto mais varejistas, mais concorrência publicitária", diz o analista de mídia John Morton.
Há também quem veja a falência da Kmart de maneira relativa. "De nenhuma maneira pode-se interpretar como boa notícia, mas não tem a magnitude da recessão que experimentamos ano passado", conforma-se James Conaghan, da Newspaper Association of America. No terceiro trimestre de 2001, por exemplo, os anúncios de emprego caíram 39% em comparação ao mesmo período do ano anterior. James Hopson, editor do Wisconsin State Journal, concorda: "Os jornais são um negócio grande. Temos um monte de clientes, e não dependemos de um cliente."