MULHERES EM PERIGO
Além de estarem em regiões do Oriente Médio em que o sentimento antiamericano é forte, as correspondentes femininas de TV enfrentam condições especiais trabalhando no Afeganistão. Numa cultura em que as mulheres são forçadas a se cobrir da cabeça aos pés em público e estão privadas dos mais básicos direitos e liberdades, as repórteres são proibidas de participar de determinados eventos ou entrar em algumas áreas.
Donna Petrozzello [New York Daily News, 26/9/01] conta que Elizabeth Palmer, da CBS News, está no norte do Afeganistão, em área não controlada pelo Talibã. Mesmo sob calor escaldante, a jornalista tem que usar calças compridas, um véu que cobre testa e queixo e camisas de mangas compridas para se adequar às regras de vestuário. Ainda assim, não pôde assistir a uma cerimônia religiosa e a um encontro político numa mesquita.
Christiane Amanpour, correspondente internacional da CNN, já é uma veterana de guerra, que cobriu Irã, Bósnia e Ruanda. Ao desembarcar no Afeganistão, Christiane teve acesso negado a áreas de controle do Talibã por ser mulher. A jornalista também comentou as dificuldades de registrar imagens, obrigada a esconder câmeras na roupa para não ter o equipamento destruído ou confiscado.
A correspondente e âncora da MSNBC, Ashleigh Banfield, que cobriu o Oriente Médio em 1991, cortou e tingiu o cabelo loiro antes de ir para Islamabad. "Há o risco óbvio de trabalhar em zona de guerra, especialmente onde o Talibã governa, e sabemos qual é sua posição em relação às mulheres", disse Ashleigh.