FOFOCAS
"Fofoqueiros da TV dão credibilidade às revistas, copyright Cidade Biz, 1/8/01"
"Uma pesquisa qualitativa encomendada por uma revista de celebridades tentou matar a charada sobre os programas vespertinos de fofocas na TV. A editora queria saber se o fato de os apresentadores ficarem ?lendo? as notas das revistas em seus programas alavancavam ou diminuíam as vendas da publicação nas bancas.
A pesquisa junto aos leitores, que circulou apenas internamente, não respondeu exatamente a essa dúvida. Mas trouxe algumas revelações surpreendentes. Uma delas é que alguns desses apresentadores, na verdade, dão credibilidade à revista. A mais citada pelos leitores foi Sonia Abrão. Para eles, quando Sonia lê a notícia de alguma revista em seu programa, ?é porque a notícia é verdadeira?.
Os leitores disseram o que já se sabia. Mais do que a notícia ter sido lida na TV, o que influencia diretamente as vendas é o impacto da capa. Quando os jornais populares do eixo Rio-São Paulo (O Dia, Extra, Agora e Diário Popular) reproduzem a foto de capa da revista, segundo a pesquisa, aí sim as vendas sobem."
ECOS DE GÊNOVA
"Itália quer imagens da mídia sobre G-8", copyright Jornal do Brasil, 2/8/01
"Promotores públicos da Itália emitiram esta semana diversas ordens para que organizações jornalísticas nacionais e internacionais colaborem com as investigações do governo a respeito da violência durante a cúpula do do G-8 (o grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia) realizada em Gênova no fim de julho. Nos confrontos entre manifestantes antiglobalização e a polícia durante a cúpula, o italiano Carlo Giuliani, que protestava contra a reunião, foi morto e dezenas de pessoas, feridas. A cidade registrou enormes prejuízos.
Organizações jornalísticas, contudo, repudiaram a ordem. ?Somos contra a idéia de que jornalistas sejam usados como substitutos para disfarçar o fato de que a polícia e os magistrados não estavam lá. Este não é nosso trabalho?, afirmou Robert Menard, secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras. ?Se as pessoas começarem a achar que o trabalho de fotógrafos e câmeras vai acabar nas mãos da polícia, estes profissionais não conseguirão fazer seu trabalho. Isso põe os jornalistas em perigo?.
Autoridades – As autoridades, por sua vez, dizem que apenas buscam a ajuda da imprensa para esclarecer o que aconteceu em Gênova.Três ordens foram emitidas pelos promotores: a primeira, com o objetivo de esclarecer os fatos que levaram à morte de Giuliani; a segunda, em relação à violenta invasão, pela polícia, de uma escola onde manifestantes estavam hospedados; e a terceira, tratando de atos de violência em geral.
A Justiça italiana não vê grandes problemas no episódio. ?As transmissões de vídeo ou outras informações de jornalistas nos permitirão ver o que aconteceu?, disse Roberto Fucigna, coordenador das investigações preliminares em Gênova. ?Este é apenas um chamado geral para que a mídia colabore com o governo para descobrir quem cometeu crimes. Os jornalistas é que decidirão se colaboram ou não?, afirmou.
A imprensa diz, no entanto, que tais pedidos – habituais na Itália – devem ser encarados como ordens, já que são inapeláveis e seu descumprimento resulta em punições. Todas as principais agências de notícia, além de jornais e televisões locais, foram intimadas a colaborar.
Recomendação – Jornais italianos noticiaram ontem que investigadores recomendaram que o chefe de polícia em Gênova e outros diretores regionais sejam exonerados devido à violência policial durante o G-8. Segundo o Corriere de la Sierra e o La Repubblica, o Ministério do Interior também criticou a unidade antiterrorismo da polícia, responsável pela invasão da escola em Gênova. ?’Se, como parece, alguns policiais se comportaram mal, serão severamente recriminados?’, disse o ministro do Interior, Cláudio Scajola.
Os protestos contra a violência em Gênova continuam se multiplicando pela Europa. Ontem de manhã, dezenas de manifestantes ocuparam o consulado italiano em Amsterdam, na Holanda."