REVISTAS MASCULINAS
O êxito da revista masculina Maxim nos Estados Unidos fez várias editoras grandes do segmento tentarem aderir a seu estilo menos explícito. A versão americana da FHM e a Gear, do publisher Bob Guccione Jr., são exemplos deste movimento de copiar o que está dando certo.
Agora chegou a vez de os pequenos tentarem a sorte. Diversos novos títulos claramente inspirados na Maxim chegaram às bancas, em parte de editores e editoras de primeira viagem. Segundo David Moore, do sítio MediaLifeMagazine.com [30/5/02] as novas revistas têm, no entanto, conteúdo muito inferior ao das grandes. Em geral, são um apanhado de piadas chulas, estatísticas inúteis e celebridades iniciantes que querem aparecer. A maioria deve desaparecer em breve, como já aconteceu com a House of Roses que fechou "temporariamente" em dezembro.
Um bom exemplo da nova geração de clones da Maxim é Stun, a revista para "homens que querem mais". Ela traz matérias como "Cala boca e manda ver: garotas gostosas que falam demais", publicada recentemente. Esse nível de qualidade fez com que somente 16 das 150 páginas fossem de anúncios na edição de junho, apesar da circulação de 500 mil.
Outras novidades que chamam atenção são King e Smooth, voltadas ao público negro. O slogan da primeira é "a revista dos homens mais maus". "É a versão urbana da Maxim", define o editor Dennis Page, que também cuida de uma publicação sobre hip hop e outra de basquete. A Smooth promete, em seu lema, "mostrar os passos certos para o homem de hoje". O diretor editorial, Sean Cummings, faz questão de diferenciar sua revista da King: "Eles cobrem hip hop e mulheres, e nós não somos assim". Ele afirma que cobre com consistência as questões importantes para o americano negro, mas admite: "Claro que temos mulheres sexys para manter as coisas interessantes".
NOTÍCIAS ONLINE
Há dois anos, Stanley Young, diretor de uma prisão de segurança máxima na Virgínia, soube que dois jornais de Connecticut estavam cobrindo a transferência de presidiários de um estado para outro e escreveram matérias sobre o tratamento dados a eles. Na internet, Young achou quatro artigos do jornal Hartford Courant e do semanário New Haven Advocate, ambos da Tribune Co., e não gostou do que leu. "Fiquei furioso. Há uma diferença entre um preso chamar de f.d.p e jornais publicarem acusações falsas em todo o mundo."
O diretor entrou com processo de difamação contra os veículos em Virgínia, ou seja, fora da jurisdição dos acusados, que quase não têm circulação impressa no estado. Mesmo assim, um juiz federal decidiu que o caso poderia prosseguir já que os sítios de internet dos jornais podiam ser acessados naquela região, onde teriam feito mal à reputação de Young. Os réus discordaram, e a questão da jurisdição aguarda sentença de uma corte de apelações.
Carl S. Kaplan [New York Times, 27/5/02] relata que ativistas da Primeira Emenda preocupam-se com a possibilidade de que o caso abra um precedente para que editoras sejam processadas por difamação em qualquer país em que o texto online seja lido. Robert O?Neill, diretor do Thomas Jefferson Center for the Protection of Free Expression, ajudou a escrever um documento em apoio aos réus assinado por outras 26 organizações, como New York Times Co., Associated Press e Washington Post Co.. "O perigo desta regra", alerta, "é que pode motivar publicações grandes, pequenas ou médias a se negar a colocar nas páginas de internet material que possa ofender uma pessoa numa jurisdição remota".
Já Dan Burk, professor de direito da Universidade de Minnesota, afirma que uma interpretação da lei pode entender que a editora causou danos no lugar onde a reputação da vítima realmente importa ? onde quer que ela viva e onde seus amigos lêem os artigos. A mera divulgação de um artigo possivelmente calunioso, portanto, seria suficiente para garantir jurisdição no estado em que a pessoa reside.