REVISTAS
Três semanários americanos rapidamente se organizaram para publicar edições extras sobre os ataques. A revista Time declarou que imprimiria 8 milhões de cópias da edição especial ? 3 milhões para as bancas americanas, 4 milhões para os assinantes e 1 milhão para outros países. A Newsweek lançou 2 milhões de exemplares e a U.S. News & World Report, 500 mil. As edições normais desta semana sairão normalmente, na segunda-feira.
Keith J. Kelly [New York Post, 13/9/01] informa que a People reescreveu toda a edição semanal em 22 horas para dedicar as 138 páginas aos atentados, além de imprimir 2 milhões de exemplares extras. A New Yorker também decidiu mudar a capa e adiou o fechamento para incluir o maior número de notícias possível na edição.
Até mesmo jornais como Variety e Hollywood Reporter, bíblias da indústria do entretenimento, abandonaram a cobertura tradicional na edição de quarta-feira para concentrar-se na tragédia. Segundo David Shaw [Los Angeles Times, 13/9/01], todas as matérias da edição de 16 páginas do Reporter, sem anúncios, tratavam do atentado e de seu impacto no setor do entretenimento. Na capa, foto colorida das torres gêmeas em chamas.
Robert Dowling, publisher e editor-chefe do jornal, disse que os anunciantes de quarta-feira puderam escolher aparecer ou não na edição, e a maioria resolveu ficar de fora. "Decidimos que anúncios não eram as coisas mais apropriadas de se ter no jornal hoje", declarou Dowling. Variety dedicou metade das 20 páginas a anúncios, incluindo também notícias rotineiras sobre entretenimento em três páginas. Ainda assim, parecia muito mais sóbria do que o normal, com foto colorida na capa de um homem entre os escombros em Nova York.
EMBARGO
O governo americano atentou para a possibilidade de que o vazamento de informações confidenciais atrapalhe os esforços dos serviços de inteligência que procuram pistas sobre os terroristas. O secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, disse que quem divulgar dados sigilosos estará contribuindo para frustrar o empenho de localizar os terroristas, revelando informações que podem custar a vida dos agentes.
Apesar de não citar ninguém em particular, o comentário foi feito depois que o senador republicano Orrin Hatch revelou em entrevistas que agentes haviam interceptado ligações entre seguidores de Osama Bin Laden, dizendo que haviam abatido alvos nos EUA. Questionado sobre as ligações, o secretário de Estado, Colin Powell, recusou-se a discutir o caso. "Não deveríamos estar falando sobre os métodos de inteligência dos EUA. Tudo o que faremos é colocá-los em risco", declarou. O secretário de Justiça, John Ashcroft, também ressaltou a importância de proteger as fontes das informações sigilosas "para que não sejam comprometidas as investigações em andamento".
No entanto, informa Robert Gehrke [The Associated Press, 12/9/01], o deputado democrata David Obey classificou o relatório dos serviços de inteligência como "uma piada". "Você se informaria melhor lendo o jornal do colégio local do que aquele relato. Não havia informação útil que uma criança de 7 anos não pudesse ler no jornal de hoje", afirmou Obey.